O governo do Qatar fechou temporariamente seu espaço aéreo nesta 2ª feira (23.jun.2025), enquanto o Irã ameaçava retaliar os Estados Unidos depois de ataques a instalações nucleares iranianas. A medida foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores do país.
O fechamento foi feito depois de as embaixadas dos EUA e do Reino Unido em Doha emitirem alertas para seus cidadãos no país buscarem abrigo e antes de o Irã lançar mísseis sobre a base norte-americana no país. Segundo a Reuters, as mensagens diplomáticas foram divulgadas “por excesso de cautela”.
Segundo a Reuters, a situação afeta diretamente a Base Aérea de Al Udeid, a maior instalação militar dos EUA no Oriente Médio. A base serve como quartel-general avançado do Comando Central dos Estados Unidos e abriga cerca de 10.000 militares norte-americanos.
Em comunicado enviado ao Poder360, a Qatar Airways confirmou a suspensão temporária de seus voos devido ao fechamento do espaço aéreo do Catar. A companhia afirmou que está “trabalhando em colaboração com as autoridades governamentais competentes para apoiar os passageiros impactados” e que as operações serão retomadas assim que o espaço aéreo for reaberto.
“A segurança dos nossos passageiros e tripulação continua sendo nossa maior prioridade”, escreveu a empresa no comunicado. Eis a íntegra (PDF – 367 kB).
De acordo com o Flight Radar, sistema de monitoramento de voos em tempo real, 126 voos da Qatar Airways estavam programados para hoje (23.jun). Desses, 1 saiu de Doha com destino a São Paulo. O voo deve aterrissar por volta das 17h.
A empresa aérea tem uma média de 2 voos diários “non-stop” entre Brasil e Doha, com origem e destino no aeroporto de Guarulhos. A Qatar Airways pretende ampliar em 25 de junho para 3 voos por dia.
Em entrevista à CNN Brasil, o cientista político brasileiro Paulo Rossi, que ficou retido no aeroporto de Doha enquanto fazia uma conexão para a Tailândia, afirmou que seu voo foi suspenso 1h antes do horário previsto para a decolagem, e depois cancelado.
Ele disse não ter recebido nenhuma informação sobre o motivo do cancelamento. Alguns passageiros comentaram que poderia ter sido por uma tempestade de areia, segundo ele. Afirmou ter ficado sabendo do real motivo por mensagens de um grupo de amigos do Brasil.
Segundo Paulo, o aeroporto estava “bem lotado” e a internet não funcionava bem. Ele disse que as autoridades do aeroporto ainda não haviam dado satisfações e que a orientação que receberam foi de “aguardar até 2ª ordem”.
O cientista político está a caminho da Tailândia para um seminário sobre sustentabilidade e desigualdade social. Disse que espera retornar ao Brasil “normalmente” e que está tendo “paciência e fé em Deus” para prosseguir a viagem.
“Que a diplomacia de todos esses países ponha a mão na consciência vendo que a paz é o melhor caminho para o mundo”, declarou Rossi.
