• Terça-feira, 12 de agosto de 2025

Presidente do PT diz que Trump impõe “agenda autoritária” ao Brasil

Edinho Silva, presidente nacional do PT, participou de painel da Expert XP com João Campos, Antonio Rueda e Renan Filho

O presidente nacional do PT, , classificou nesta sexta-feira (25/7) o tarifaço comercial imposto pelo governo dos ao Brasil como uma “agenda autoritária” liderada pelo presidente norte-americano . Edinho, que foi prefeito de Araraquara (SP) e ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), disse que o governo brasileiro tem se esforçado nas negociações comerciais com a Casa Branca, mas não pode se submeter a todas as exigências de Trump. Trump anunciou a aplicação de tarifas extras de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil aos norte-americanos. As taxas, em tese, deve entrar em vigor a partir do dia 1º de agosto e, até o momento, não houve grande avanço nas negociações entre o governo brasileiro e a Casa Branca. Os EUA também instauraram investigação comercial, aberta pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês), a pedido de Trump. O governo norte-americano afirma que a análise pretende investigar supostas práticas comerciais desleais do Brasil em relação aos EUA e cita como exemplo as recentes disputas judiciais envolvendo plataformas digitais. “Estamos vendo agora essa agenda autoritária imposta pelo governo Trump ao Brasil, que teve um verniz político. Por trás disso, o que motiva é o Pix, um modo de pagamento gratuito para a população brasileira, ”, afirmou Edinho, durante participação em um painel com outros líderes políticos na , em São Paulo. Além dele, participaram do painel o prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, João Campos; o presidente do União Brasil, Antonio Rueda; e o ministro dos Transportes do governo Lula, Renan Filho (MDB). “Se a questão central for o debate da balança comercial, os EUA têm superávit com o Brasil nos últimos 15 anos. É o Brasil que deveria estar reivindicando condições melhores. O esforço que o Brasil está fazendo é imenso. Oficializamos uma proposta de negociação em maio. Há um caminho imenso de negociação pela frente”, defendeu Edinho. “Se for uma retaliação ao fato de o Brasil participar dos Brics, é preciso dizer que qualquer país do mundo tem direito ao multilateralismo, a negociar com outros países do planeta”, prosseguiu o dirigente petista, eleito recentemente para a presidência do partido. “Isso não pode ser problema para o mundo. O direito de um país construir relações fora da percepção hegemônica não pode ser problema para o mundo. O que temos de estranhar é a reação autoritária”, criticou. Segundo o presidente do PT, “o Brasil pode negociar terras raras, mas de forma soberana, como uma nação soberana”. “Não posso concordar que os EUA tenham uma posição autoritária e hegemônica. E ele [Trump] está desorganizando a economia mundial. A Terceira Guerra Mundial pode não ser bélica, mas econômica. E pode ser tão devastadora quanto as outras guerras mundiais”, completou Edinho Silva. João Campos , prefeito do Recife e presidente do PSB, também criticou o comportamento de Trump e defendeu a insistência do governo brasileiro nas negociações. “Se a gente acha que é normal o que está acontecendo, algo em nós está errado. Temos uma relação comercial histórica de 200 anos com os EUA. A grande motivação, escrita e assinada pelo presidente, coloca um viés político em cima de instituições e Poderes de um outro país”, afirmou. Leia também Antonio Rueda Antonio Rueda, presidente do União Brasil (que integra o primeiro escalão do governo com três ministérios), criticou Lula e disse que o Brasil precisa abrir um canal de diálogo com Trump para tentar reverter as tarifas. “A gente conhece o Trump porque ele já foi presidente. Sim, o presidente Lula provocou e instigou essa situação. Enquanto o mundo ocidental defendia a Ucrânia, o presidente foi lá e defendeu a Rússia. Foi lá bater palma e fazer claquete para o Hamas no Oriente Médio. No Brics, ele defendeu o diálogo para extinguir o dólar. Não tem como o Trump ficar calado. Ele já é um personagem caricato”, afirmou Rueda. “O Brasil precisa abrir esse diálogo de imediato, com muita temperança, e não ficar pensando em dividendos políticos”, completou o presidente do União Brasil. Renan Filho Adotado um tom mais comedido, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), rebateu as críticas de Rueda e disse que “não há falta de diálogo por parte do Brasil” com os EUA. “Está faltando diálogo da outra parte. O ministro Geraldo Alckmin [vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços] está 20 horas por dia trabalhando, ligando, falando com representantes de comércio do governo americano”, destacou. “As questões comerciais precisam ser discutidas, mas o Brasil não pode substituir o seu direito como nação porque uma outra nação assim deseja.” 7 imagens Expert XP, feita de investimentos em São PauloExpert XP, feita de investimentos em São PauloHelder Barbalho, governador do ParáHelder Barbalho, governador do ParáAl Gore, ex-vice-presidente dos Estados UnidosFechar modal. 1 de 7 Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos Fábio Matos/Metrópoles 2 de 7 Expert XP, feita de investimentos em São Paulo Fábio Matos/Metrópoles 3 de 7 Expert XP, feita de investimentos em São Paulo Fábio Matos/Metrópoles 4 de 7 Helder Barbalho, governador do Pará Fábio Matos/Metrópoles 5 de 7 Helder Barbalho, governador do Pará Fábio Matos/Metrópoles 6 de 7 Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos Paulo Bareta/Divulgação/XP 7 de 7 Helder Barbalho, governador do Pará Paulo Bareta/Divulgação/XP O evento A Expert XP, que chega à 15ª edição em 2025, acontece nesta sexta-feira e no sábado (26/7), na São Paulo Expo, na capital paulista. A expectativa dos organizadores é a de que o público supere os 45 mil participantes da edição anterior, em 2024. Em edições anteriores, a já contou com nomes como o ex-presidente dos EUA Bill Clinton, os ex-atletas Magic Johnson, Serena Williams e Tom Brady, além do historiador e filósofo israelense Yuval Harari, da ativista paquistanesa Malala Yousafzai e do economista e empresário Mohamed El-Erian.
Por: Metrópoles

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