• Quarta-feira, 12 de março de 2025

"Poupança de emergência" será mais simples que Selic, diz Ceron

Rogério Ceron disse em entrevista ao "Valor" que "poupança de emergência" será mais simples e acessível que Tesouro Selic.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que pretende lançar, ainda em 2025, uma “poupança de emergência”. Trata-se de um novo produto, pós-fixado, com aplicação mínima inferior a R$ 160, ainda sem nome oficial definido.

“A ideia é justamente que o papel seja mais simples de ser entendido e mais acessível financeiramente para o pequeno investidor, até mais do que o Tesouro Selic”, afirmou Ceron em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta 4ª feira (12.mar.2025).

O secretário também deu destaque às iniciativas de educação financeira do Tesouro Direto junto a estudantes do Ensino Médio de escolas públicas e privadas, entre elas a Olitef (Olimpíadas de Educação Financeira).

Ainda em relação aos jovens, Ceron declarou que o Tesouro está trabalhando por uma regulamentação para que os recursos recebidos pelos estudantes por meio do programa Pé-de-Meia, que hoje vão para uma poupança, possam ser também aplicados em Tesouro Direto.

“O dinheiro teria uma rentabilidade maior, enquanto o estudante não o acessa. Estamos trabalhando para dar essa opção para os que quiserem”, disse.

Questionado se o Tesouro pensava em intervir para estabilizar as taxas de juros reais dos títulos públicos, que estão em níveis altos, Ceron disse que essa não era uma possibilidade.

“Fizemos algumas recompras de títulos no fim do ano [2024], em alguns momentos muito específicos e de forma muito pontual. Nossa crença na gestão da dívida pública é não interferir em preço. Podemos entrar no mercado para corrigir alguma desfuncionalidade”, afirmou.

Apesar de os compradores de papéis do Tesouro IPCA+ de longo prazo terem perdido 5,5% em média desde janeiro de 2024 até hoje, o secretário afirma que, por outro lado, quem investiu no Tesouro Pré-Fixado no 1º semestre de 2023, teve um retorno de mais de 40%.

“É importante lembrar que uma coisa é a marcação a mercado e outra é o carregamento do título até o seu vencimento. Quem comprou um título pré-fixado vai ter a rentabilidade contratada; ele não perde nenhum real”, disse, acrescentando que isso é válido exceto para os investidores que decidem vender o título antes do prazo.

Em relação ao recorde de resgates antecipados registrado em 2024, a maioria deles de Tesouro Selic, Ceron o atribuiu a um reposicionamento estratégico por parte dos investidores.

“O investidor que tem um pouco mais de conhecimento financeiro, quando a taxa de juros subiu, viu uma oportunidade de resgatar o Tesouro Selic e comprar o Tesouro RendA+, porque achava que a taxa poderia cair de novo”, disse. “Taxa de juros acima da inflação de longo prazo, de mais de 7% ao ano, no Brasil, vai ser por pouco tempo”.

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Por: Poder360

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