• Segunda-feira, 4 de agosto de 2025

“Posso carregar meu filho de novo”, diz mãe após tratar doença crônica

Doença autoimune danificou as articulações da enfermeira Danielle Staziaki, que precisou de uma prótese total de quadril antes dos 30 anos

A dor começou em 2018, nas pernas, com a intensidade de um nervo comprimido. A enfermeira Danielle Staziaki, então com 31 anos, passou meses indo a médicos que não conseguiam explicar o que estava acontecendo. , relembra. O diagnóstico correto só veio após um exame específico: o , um teste genético que pode indicar predisposição à espondilite anquilosante, uma doença inflamatória autoimune que atinge principalmente as articulações da coluna e do quadril. A enfermidade, silenciosa e progressiva, já havia causado a artrose grave do quadril de Danielle. “A artrose me tirou a possibilidade de ser uma mãe melhor para o meu filho, de ser uma melhor esposa para o meu marido”, conta emocionada. que ela não conseguia mais realizar tarefas básicas, como calçar uma meia ou cortar as unhas dos pés. “Durante sete anos, precisei ser cuidada”. afirma. Espondilite anquilosante Sintomas iniciais: dor nas articulações (principalmente da coluna, quadril e ombros), rigidez matinal, fadiga intensa e dificuldade progressiva de mobilidade. Causas e diagnóstico: é uma doença autoimune com possível predisposição genética. O exame HLA-B27 ajuda a indicar risco, mas o diagnóstico é feito com base em exames de imagem e sintomas clínicos. Prejuízos emocionais: a dor contínua pode causar depressão, isolamento social e perda da autoestima, especialmente quando afeta a rotina familiar e profissional. Tratamento: inclui uso de imunobiológicos, fisioterapia, atividade física e, em casos graves de artrose, cirurgia de artroplastia total de quadril. Prognóstico: apesar de não ter cura, a espondilite pode ser controlada com tratamento adequado. O diagnóstico precoce é crucial para preservar a qualidade de vida. Doença crônica prejudica o movimento Segundo o ortopedista Isaías Chaves, responsável pela cirurgia de Danielle, a espondilite pode comprometer toda a mobilidade do paciente. “A doença ataca as articulações, principalmente da coluna e do quadril. até que o quadril esteja praticamente rígido”, afirma. Segundo Chaves, a consequência é a perda de funções simples. O paciente começa a mancar, sente dor, não consegue cruzar as pernas ou se sentar em locais baixos. Com a , o tratamento conservador já não era uma opção para Danielle. Ela precisou de uma prótese total de quadril. “Optamos por uma técnica com acesso anterior, que preserva a musculatura e oferece mais estabilidade para pacientes jovens, com menos risco de luxação”, explica o médico. O resultado surpreendeu: em apenas oito dias a enfermeira já conseguia andar. “Hoje ela tem uma vida praticamente normal, malha, pedala, faz tudo”, considera o ortopedista. Danielle voltou a sentir prazer em tarefas simples, como lavar os pés e dormir em qualquer posição. Mas o mais importante foi poder carregar novamente o filho no colo. “A primeira e melhor mudança foi essa”, diz. Mãe de uma criança autista, ela afirma que o diagnóstico do filho deu forças para enfrentar os próprios problemas de saúde. Leia também Mesmo com a artrose curada graças à prótese, Danielle faz tratamento com imunobiológicos, acompanhamento trimestral com reumatologista, além de praticar exercícios físicos e seguir uma alimentação saudável. “Ainda sinto dor, mas de forma mais controlada”, relata. Hoje, com 38 anos, ela encara a rotina com esperança e disciplina. “Resiliência. Não desista, vai passar”, aconselha. 2 imagens Danielle faz exercícios em um centro de treinamento especializado em reabilitação física
Fechar modal. 1 de 2 Danielle já não conseguia andar por causa da artrose grave e precisou colocar prótese total de quadril Danielle Staziak/ Imagem cedida ao Metrópoles 2 de 2 Danielle faz exercícios em um centro de treinamento especializado em reabilitação física Danielle Staziaki/ Imagem cedida ao Metrópoles O , responsável pela reabilitação de Danielle, explica que o protocolo de recuperação foi elaborado a partir de uma avaliação funcional e testes específicos do pós-operatório. O trabalho combinou e o estímulo à memória corporal com movimentos como . A respiração intercostal diafragmática também foi parte central da abordagem, integrando corpo e mente em uma reabilitação sistêmica. “Essa conexão entre cadeias musculares foi fundamental para o sucesso do processo”, afirma o especialista. Segundo o médico de Danielle, o tratamento da espondilite anquilosante precisa ser multidisciplinar. “É uma doença que não tem cura, mas pode ser controlada com O diagnóstico precoce é fundamental para evitar sequelas como as que a Dani teve”, diz Isaías Chaves. Danielle tem seguido à risca as orientações e já retomou parte da vida ativa. Faz fisioterapia três vezes por semana, pedala diariamente e pratica muito alongamento. O mais simbólico, no entanto, é o retorno da alegria de viver: “Me olhar no espelho e me achar bonita de novo, andar sem mancar e viver sem dor não tem preço”, garante. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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