• Sábado, 6 de setembro de 2025

Porcos selvagens aparecem com carne azul fluorescente; veja o motivo

Caso no Vale do Salinas, onde os porcos selvagens aparecem com carne azul fluorescente, levanta alerta sobre impactos indiretos do uso de raticidas em áreas rurais e reforça debate sobre alternativas mais seguras no campo.

Caso no Vale do Salinas, onde os porcos selvagens aparecem com carne azul fluorescente, levanta alerta sobre impactos indiretos do uso de raticidas em áreas rurais e reforça debate sobre alternativas mais seguras no campo. Um episódio inusitado e preocupante chamou a atenção do setor agropecuário nos Estados Unidos: porcos selvagens abatidos no Condado de Monterey, na Califórnia, apresentaram carne azul fluorescente. A investigação das autoridades revelou que os animais ingeriram difacinona, um raticida anticoagulante usado na agricultura para o controle de esquilos, ratos e outras pragas que afetam lavouras. O caso reforça a discussão sobre o uso de venenos químicos em áreas rurais e os impactos indiretos que podem atingir não apenas espécies silvestres, mas também produtores rurais, consumidores e a imagem do agro.
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  • Equipe realiza maior abate de javalis da história do Brasil
    O episódio foi registrado quando a empresa Urban Trapping Wildlife Control foi contratada para capturar javalis que estavam invadindo uma fazenda de 800 acres no Vale do Salinas, região agrícola conhecida pela produção de hortaliças e grãos. Durante as patrulhas noturnas, os animais forçaram os recipientes de iscas — legalmente instalados para controlar esquilos terrestres — e consumiram diretamente os pellets azuis com difacinona. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});
    Javalis e outros animais comem pellets de raticida ou consomem pequenos roedores Foto: Departamento de pesca e vida selvagem
    Segundo o Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia (CDFW), o veneno se acumulou no fígado e no estômago dos porcos, alterando a coloração da carne para tons azul neon. A difacinona age impedindo a coagulação do sangue, causando hemorragias internas que podem levar dias até a morte do animal. O caso gerou um alerta de saúde pública. O CDFW orientou caçadores e moradores locais a não consumirem carne de animais silvestres com tonalidade azulada, já que o cozimento não elimina a toxina. O risco não é apenas para quem consome diretamente a carne: predadores e até cães de fazenda podem ser contaminados ao se alimentar de carcaças envenenadas, configurando o que especialistas chamam de exposição secundária. Isso amplia a preocupação para toda a cadeia produtiva do campo, que pode ser impactada pela morte de animais silvestres que desempenham papéis importantes no equilíbrio ecológico. Embora os javalis sejam considerados praga agrícola nos EUA — assim como em várias regiões do Brasil —, o episódio traz um alerta relevante: o uso de raticidas precisa ser controlado para evitar efeitos colaterais indesejados. Nos últimos anos, a Califórnia aprovou uma legislação mais rigorosa sobre rodenticidas anticoagulantes, restringindo seu uso apenas para fins agrícolas, de saúde pública e proteção de recursos hídricos. Ainda assim, casos de contaminação continuam ocorrendo, atingindo desde animais de caça até espécies emblemáticas, como condores e ursos-negros. Para produtores rurais, o tema acende o debate sobre a busca por alternativas sustentáveis de controle de pragas, como soluções biológicas, sistemas de manejo integrado e uso de tecnologias mais seguras. Além disso, mostra como falhas no uso de pesticidas podem comprometer a imagem do setor agro diante da sociedade e do consumidor final. Até o momento, não houve novos relatos de carne azul na região desde março, mas o monitoramento segue ativo. Autoridades recomendam que a caça de porcos selvagens continue, porém com atenção redobrada à coloração da carne. Para o agro, o caso serve de exemplo sobre os desafios de conciliar produtividade, controle de pragas e preservação ambiental. No Brasil, onde o javali também é uma ameaça crescente para plantações e pastagens, a experiência americana pode reforçar o debate sobre o uso de químicos no campo e a necessidade de protocolos mais seguros de manejo.
    Por: Redação

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