• Quarta-feira, 23 de julho de 2025

Polícia diz que servidor confessou ter atacado 17 ônibus em SP

Funcionário da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano teve pedido de prisão preventiva encaminhado à Justiça.

O servidor público Paulo Edson Aparecido Campolongo, 68 anos, funcionário da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) do Estado de São Paulo, confessou ter realizado ataques contra 17 ônibus na capital paulista e em cidades da região metropolitana, segundo disse a Polícia Civil nesta 3ª feira (22.jul.2025).

Segundo os investigadores, Campolongo trabalha há 30 anos como motorista do chefe de gabinete da CDHU. Durante o interrogatório, quando questionado sobre suas motivações, teria afirmado que os ataques eram um “protesto” e que desejava “consertar o Brasil”.

As autoridades já encaminharam à Justiça o pedido de prisão preventiva para Campolongo e seu irmão, também implicado como cúmplice nas ações criminosas. Um dos incidentes atribuídos ao funcionário se deu em 15 de julho, na avenida Jorge João Saad, na capital paulista, quando uma criança ficou ferida por estilhaços.

Segundo a Polícia Civil, os ataques foram executados em diferentes localidades de São Paulo, Osasco e São Bernardo do Campo. Na residência do suspeito, os investigadores encontraram estilingues e bolinhas de gude utilizados nos ataques. Em pelo menos uma das ocorrências, o homem teria utilizado um coquetel molotov.

“A motivação que ele coloca é realmente um motivo do protesto dele, que ele não concorda com nada que acontece nesse país”, afirmou Júlio Teixeira, delegado da Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).

Nas redes sociais, Campolongo frequentemente criticava o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aliados como o deputado federal Guilherme Boulos (Psol). Também demonstrava forte apoio ao ex-candidato à prefeitura Pablo Marçal (PRTB) e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ao todo, a polícia já deteve 22 pessoas relacionadas aos crimes, incluindo a apreensão de 8 adolescentes e 1 criança. As penas imputadas aos suspeitos podem chegar a 3 anos de reclusão. Até 2ª feira (21.jul), a Grande São Paulo contabilizava 813 apedrejamentos de ônibus, em cálculo iniciado em 1º de junho.

A polícia trabalha com a hipótese de “efeito manada” e não de uma ação coordenada em grande escala. Outras linhas investigativas permanecem em aberto, incluindo possível envolvimento de empresas de ônibus e disputas entre sindicatos.

“Talvez essa prisão alavanque o que já construímos, ou então nos dê uma outra vertente do cenário que estamos investigando. A investigação vai ganhar um impulso para a gente ter provas daquilo que desenhou como possibilidade”, disse Emérson Massafera, chefe da comunicação da Polícia Militar.

O Poder360 não conseguiu localizar o advogado de Campolongo. O espaço permanece aberto para manifestações.

Por: Poder360

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