O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reúne nesta 4ª feira (23.jul.2025) com aliados na sede do PL (Partido Liberal), em Brasília. Ele aguarda decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre um pedido da defesa para esclarecer se pode ou não conceder entrevistas. “Vocês sabem que eu não posso falar”, disse a jornalistas ao chegar ao local, por volta das 9h30 (horário de Brasília).
Em manifestação enviada à Corte na 3ª feira (22.jul), os advogados afirmaram que o ex-presidente permanecerá em silêncio até que o Supremo esclareça a situação. “De toda forma, em sinal de respeito absoluto à decisão da Suprema Corte, o embargante [Bolsonaro] não fará qualquer manifestação até que haja o esclarecimento apontado nos presentes embargos”, diz o documento.
Entre os aliados que foram ao encontro do ex-presidente estão o senador Magno Malta (PL-ES) e o líder do partido na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Questionado sobre a possibilidade de congressistas bolsonaristas articularem com o governo dos Estados Unidos a revogação do visto do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) —como se deu com ministros do STF —, Magno Malta respondeu:
“Eu acho que todo mundo que está violando a liberdade — que é um direito garantido pela Primeira Emenda nos Estados Unidos — ou tem cooperado com isso ou tem feito parte desse consórcio, juntamente com o Alexandre de Moraes, o Barroso, que vêm violando sistematicamente, vai junto”.
Moraes pode decidir nesta 4ª feira (23.jul) se as explicações apresentadas pela defesa de Bolsonaro são suficientes diante do possível descumprimento de medidas cautelares impostas ao ex-chefe do Executivo.
Eis as medidas determinadas contra o ex-presidente:
O ministro havia determinado prazo de 24 horas, iniciado na 2ª feira (21.jul), para que a defesa se pronunciasse. A decisão foi motivada por vídeos divulgados nas redes sociais em que Bolsonaro aparece exibindo a tornozeleira eletrônica e fazendo declarações a jornalistas, apesar de estar proibido de usar as redes sociais, direta ou indiretamente, por ordem do STF. Leia a íntegra da manifestação (PDF – 144 kB).
Os advogados de Bolsonaro afirmam que ele não postou nas redes sociais e nem pediu que terceiros o fizessem. Argumentam ainda que a decisão anterior não detalhava se entrevistas poderiam ser enquadradas como descumprimento da ordem judicial. Por isso, pediram que Moraes esclareça os limites da proibição de uso das redes.