• Segunda-feira, 30 de junho de 2025

Perto de completar 1 ano, Voa Brasil vendeu 1,37% das passagens

Programa do governo federal disponibilizou 3 milhões de bilhetes, mas só comercializou 41.165 desse total.

O programa Voa Brasil, que permite a compra de passagens a R$ 200 o trecho, teve um retorno bem abaixo do que o governo federal previa. Segundo informações publicadas em reportagem do jornal O Globo, em 1 ano, o governo tinha disponíveis 3 milhões de assentos. Mas a 2 meses do prazo, foram vendidos só 41.165 bilhetes entre julho de 2024 e maio de 2025 –1,37% do total.

A iniciativa do Ministério de Portos e Aeroportos registrou queda nas vendas nos últimos 5 meses. Os números mostram redução de 5.308 bilhetes em janeiro para 2.604 em maio.

O programa não conta com recursos públicos e depende exclusivamente da oferta de assentos ociosos pelas companhias aéreas, principalmente em períodos de baixa temporada. Dessa forma, as empresas costumam disponibilizar apenas lugares não ocupados para melhorar a rentabilidade dos voos em determinadas rotas.

A baixa adesão ao Voa Brasil relaciona-se a diversos fatores. Entre os principais obstáculos estão a baixa renda do público-alvo e as dificuldades de acesso à plataforma digital. Aproximadamente 70% dos aposentados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) recebem apenas 1 salário mínimo (R$ 1.518).

O programa foi lançado no final de julho de 2024, depois de atrasos em sua implementação. Uma das preocupações da Casa Civil durante o planejamento era o risco de frustração da medida. De iniciativa do ex-ministro de Portos e Aeroportos Márcio França (PSB), o projeto demorou para sair do papel.

Atualmente, o Voa Brasil atende apenas aposentados do INSS que não tenham viajado de avião nos últimos 12 meses. A iniciativa ainda não incluiu pensionistas nem estudantes do Prouni (Programa Universidade para Todos), como havia sido prometido inicialmente pelo governo.

O programa opera dentro do contexto de livre mercado estabelecido desde a criação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em 2006, que dá autonomia às companhias aéreas para definir destinos e preços das passagens. Nesse quase 1 ano, a participação das companhias aéreas distribuiu-se da seguinte forma:

De acordo com O Globo, o Ministério de Portos e Aeroportos aguarda informações do MEC (Ministério da Educação) para expandir o programa aos estudantes do Prouni, promessa feita no lançamento que ainda não foi concretizada.

Segundo o Ministério dos Portos e Aeroportos, os 3 milhões de bilhetes mencionados inicialmente referiam-se à quantidade que as companhias haviam se comprometido a oferecer.

Por: Poder360

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