• Domingo, 10 de agosto de 2025

Oposição inicia movimento contra Romário após recusa sobre Moraes

Paulo Faria cobra expulsão e aliados de Bolsonaro intensificam críticas ao senador por se recusar a assinar pedido de impeachment.

O senador Romário (PL-RJ) passou a ser alvo de críticas de integrantes da oposição após recusar-se a assinar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A decisão provocou reação imediata de políticos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que defendem a saída do magistrado.

Entre os críticos mais duros está Paulo Faria, advogado e filiado ao PL, que usou as redes sociais no sábado (9.ago.2025) para pedir a expulsão do senador da legenda. Ele afirmou que Romário nunca deveria ter ingressado no partido, pois, segundo ele, “não fez nada pelo Estado e muito menos pelo Brasil”, e disse que vai formalizar o pedido de saída.

O requerimento de impeachment contra Moraes é articulado por congressistas bolsonaristas no Senado em reação à prisão domiciliar de Bolsonaro. Romário é um dos únicos 2 senadores do PL que não assinaram o documento e foi pressionado pela oposição ao longo da semana passada.

Na 3ª feira (5.ago), o vereador de Balneário Camboriú Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) questionou o senador nas redes sociais pela falta de posicionamento sobre o tema. Na mensagem, fez referência à carreira futebolística de Romário: “Vai continuar vivendo do gol de 94 ou vai mostrar que também sabe jogar pelo povo?”. Segundo ele, apoiar o impeachment seria uma oportunidade para o senador demonstrar compromisso com a população.

O vereador do Recife Gilson Filho (PL-PE) afirmou, na 6ª feira (8.ago), que “o impeachment de Romário será nas urnas”, sugerindo que o senador não conseguirá se reeleger.

Até mesmo o vereador de São Paulo Adrielles Jorge (União Brasil-SP), ex-BBB e que não integra o PL, criticou a postura do senador. Ele disse que Romário foi eleito com apoio da direita e de Bolsonaro, mas que hoje “cospe no prato que comeu” e “na cara de um amigo”.

Após as críticas, Romário divulgou uma nota na 6ª feira (8.ago) para negar que tenha rompido com Bolsonaro ou apagado fotos com o ex-presidente nas redes sociais. Disse manter boa relação com o PL e suas lideranças e afirmou que segue trabalhando “pelo Rio de Janeiro e pelo Brasil” em pautas como esporte, saúde, inclusão e defesa das pessoas com deficiência. Apesar disso, não mencionou o pedido de impeachment na nota.

Hoje filiado ao PL, o ex-jogador de futebol e campeão mundial em 1994 já passou pelos partidos do centrão PP e Podemos e também pelo PSB, atual partido do vice-presidente Geraldo Alckmin e base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Cabe só ao presidente do Senado decidir se aceita ou não um pedido de impeachment de um ministro do STF. Ainda que 80 senadores apoiem destituir um integrante da Corte, se o chefe da Casa Alta, o 81º, for contra, ele pode não pautar.

Se o presidente do Senado aceitar o pedido, uma comissão especial analisa o caso. O parecer será votado no plenário e precisa de maioria simples (41 votos) para ser aprovado. O julgamento final, que define se um ministro do STF deve sofrer ou não impeachment, precisa da aprovação de ⅔ da Casa (54 votos).

Qualquer cidadão pode pedir o impeachment de um ministro do STF. Clique aqui para acompanhar os pedidos já protocolados.

Por: Poder360

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