Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) expressaram preocupação com a megaoperação policial de 3ª feira (28.out.2025) nos complexos do Complexo do Alemão e da Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, a mais letal da história do país, com 121 mortos segundo os números oficiais.
Os especialistas afirmaram que “esses atos podem constituir homicídios ilegais e devem ser investigados de forma imediata, independente e minuciosa”.
Eles apontaram ainda que a “escala da violência, a natureza dos assassinatos relatados e as consequências para as comunidades pobres afrodescendentes que vivem em áreas periféricas urbanas expõem um padrão profundamente arraigado de policiamento racializado e impunidade”.
As denúncias recebidas indicam que em algumas das mortes os corpos foram encontrados com as mãos amarradas ou ferimentos de bala na nuca; moradores relataram invasões domiciliares sem apresentação de mandados, prisões arbitrárias e uso de helicópteros e drones para lançar projéteis.
Além disso, os especialistas destacaram: “Estamos particularmente preocupados com as represálias contra as famílias e testemunhas. As autoridades devem garantir sua vida, segurança e integridade pessoal, e impedir qualquer forma de intimidação, assédio ou criminalização”.
Eles instaram as autoridades brasileiras a adotarem, sem demora, as seguintes medidas:
Os especialistas lembraram que os mecanismos universais e regionais da ONU já haviam, por diversas ocasiões, manifestado preocupação com o uso excessivo da força por autoridades policiais no Brasil.
Eis um balanço da operação Contenção, de acordo com dados da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro:
Em relação aos 113 presos durante a operação, cerca de 40% não são do Rio de Janeiro. A Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que há suspeitos de 8 Estados fora do Rio, incluindo Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo.
O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, detalhou, nesta 6ª feira (31.out), citando os apelidos, que entre os mortos na operação estavam chefes do tráfico de diferentes Estados:
Entre os 117 que morreram, 39 são de outros Estados:
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