A última entrevista de , foi ao Metrópoles dias antes de morrer. O artista realizaria um show em Brasília ao lado de Beto Guedes e Sérgio Hinds, mas foi internado na semana da apresentação e não participou da celebração.
Em uma conversa intimista, o cantor abriu o jogo sobre a carreira musical, relembrou a adolescência e destacou o primeiro contato com Milton Nascimento, ainda em Minas Gerais.

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1 de 6 Lô Borges posa ao lado de Milton Nascimento Instagram/Reprodução
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2 de 6 Morre Lô Borges, ícone da MPB e fundador do Clube da Esquina Bárbara Dutra/Divulgação
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3 de 6 Cantor e compositor Lô Borges Reprodução
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4 de 6 Lô Borges posa tocando teclado Instagram/Reprodução
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5 de 6 Lô Borges Instagram/Reprodução
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6 de 6 Lô Borges estava internado há 10 dias Instagram/Reprodução
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Cultura mineira
O músico, primeiramente, falou sobre a atmosfera específica das esquinas de Santa Tereza, em Belo Horizonte, transformadas em músicas e shows nacionais.
“Apesar de nossas harmonias serem tipicamente uma marca registrada de BH e de Minas, os temas que tratamos em nossas músicas são universais. É por isso que um álbum como o Clube da Esquina (1972) bate tão forte em gerações diferentes e no mundo inteiro”, iniciou.
Ele também fez questão de destacar a importância da cultura mineira durante toda a carreira.
“O bairro de Santa Tereza (BH), onde eu nasci e, até hoje, grande parte da minha família [Os Borges] reside, trouxe para mim e ainda traz para artistas da nova geração uma atmosfera especial e inspiradora. Eu adolescente ficava ali tocando violão naquela hoje famosa esquina (Rua Divinópolis com Rua Paraisópolis) para os meus amigos do bairro. Ali foi meu aprendizado precoce.”
Em seguida, Lô Borges relembrou a juventude e deu mais detalhes do encontro com Bituca, que resultou no icônico disco Clube da Esquina, e do novo álbum, gravado neste ano.
“Foi em Santa Tereza que o Milton Bituca Nascimento me chamou para fazermos nossas primeiras parcerias e depois me convidou para ir para o Rio de Janeiro e gravar o álbum Clube da Esquina (1972). No meu disco que saiu em agosto deste ano (2025), Céu de Giz, fiz uma homenagem ao bairro, na música Santa Tereza, com letra super inspirada do Zeca Baleiro, que morou em BH e frequentou bastante Santa Tereza, no final da década de 1980.”
Parcerias de sucesso
Lô Borges também falou sobre as músicas Feira Moderna, Equatorial, parcerias com Beto Guedes, e Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, composta junto com Márcio Borges, que seguem fazendo sucesso com uma nova geração mesmo após cinco décadas do lançamento.
“Acredito que elas se mantiveram vivas e atuais em função do caráter universal que conseguimos imprimir nelas, permanecendo perenes ao longo do tempo e das gerações. Fico muito feliz disso acontecer e delas chegarem cada vez mais em um novo público.”
Nova geração musical
Ao falar da nova geração musical, Lô Borges destacou algumas bandas nacionais com quem fez parceria e celebrou o legado transmitido para os novos artistas.
“Além dos Boogarins, cito a banda paulistana Terno Rei, que recentemente fizemos uma colaboração em uma música (Relógio), que foi lançada no último disco deles. E foi muito legal essa colaboração porque realmente se trata de um diálogo intergeracional, em que os artistas envolvidos se beneficiam mutualmente”, disse.
“Acredito que essas bandas conhecem bem o meu repertório (e também do Clube da Esquina), e mesmo que eu seja um artista da MPB sempre tive esta pegada de rock em vários dos meus discos. Eles foram lá e beberam desta fonte e reinterpretaram para a linguagem deles. E assim a música caminha. Não só no Brasil, mas no mundo inteiro”, completou.
Morte de Lô Borges
morreu aos 73 anos, no dia 2 de novembro, após vários dias internado após passar por intoxicação de medicamentos em casa. Ele foi velado no dia 4 de novembro, no Foyer do Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes, em Belo Horizonte. A cerimônia foi aberta ao público, mas o enterro foi restrito para amigos e familiares do músico.