Os Estados Unidos anunciaram que 5 pessoas identificadas como “narcoterroristas” morreram em 2 ataques militares na 5ª feira (18.nov.2025) contra embarcações no Pacífico Oriental, parte de uma campanha mais ampla contra o tráfico de drogas que tem intensificado tensões na região, sobretudo com a Venezuela. Paralelamente, radares e sites de monitoramento detectaram caças e outros aviões militares dos EUA voando próximos à Venezuela, a poucos quilômetros de Caracas, em um movimento de ampliação da presença militar americana no Caribe.
No litoral do Oceano Pacífico, o Comando Sul das Forças Armadas dos EUA informou que 2 ataques a embarcações em rotas identificadas como usadas por tráfico de drogas resultaram na morte de 5 homens, 3 em um navio e 2 no outro, em águas internacionais.
As ações, divulgadas em redes sociais pela própria força militar norte-americana, fazem parte de uma série de operações que teriam já causado mais de 100 mortes desde setembro, segundo contagem baseada em dados das autoridades.
Na 4ª feira (17.dez), um outro ataque deixou 4 mortos.
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), tem classificado essas ações como parte de um esforço para deter o fluxo de drogas e rotulado os alvos como “narcoterroristas”, mas não forneceu provas públicas de que as embarcações atacadas estivessem efetivamente envolvidas no tráfico.
A escalada desses ataques se dá em cenário de presença militar americana sem precedentes no Caribe nas últimas décadas, com centenas de militares, navios de guerra e aeronaves posicionados perto da Venezuela. Registros de sites de rastreamento de voos, como o FlightRadar, mostram que caças F/A-18 e outras aeronaves militares dos EUA voaram por períodos prolongados sobre o Golfo da Venezuela e em áreas marítimas próximas à costa venezuelana, a poucos quilômetros de cidades como Maracaibo e até da capital Caracas, segundo relatos de monitoramento e mídias internacionais.
Em algumas dessas missões, até 5 aeronaves militares americanas, incluindo caças Boeing F/A-18E Super Hornet e aviões de guerra eletrônica EA-18G Growler, foram detectadas operando próximos às fronteiras venezuelanas, embora os EUA afirmem que permanecem em espaço aéreo internacional e que os voos são exercícios “rotineiros”.

O governo de Caracas intensificou críticas, dizendo que Washington faz provocação e utiliza o combate às drogas como pretexto para aumentar a pressão sobre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que nega envolvimento com narcotráfico e classifica as ações americanas como tentativas de interferir nos assuntos internos do país.
O ataque de 5ª feira (17.dez) é o episódio mais recente de uma tensão crescente entre os EUA e a Venezuela. Trump enviou cerca de 15.000 militares e o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald Ford, ao Mar do Caribe. Na 3ª feira (16.dez), o presidente dos EUA anunciou um bloqueio direcionado à indústria petrolífera venezuelana. A Venezuela ordenou que sua Marinha escoltasse petroleiros que saem de seus portos.






