• Terça-feira, 28 de outubro de 2025

Novas diretrizes mudam manobras de desengasgo em crianças e adultos

Novas diretrizes reforçam segurança e eficácia nas manobras de desengasgo, com mudanças importantes no passo a passo para todas as idades

A American Heart Association (AHA) atualizou neste mês as diretrizes globais de primeiros socorros e reanimação cardiopulmonar, com novas orientações sobre o desengasgo de bebês, crianças e adultos. O objetivo é aumentar a eficácia das manobras e reduzir o risco de lesões durante o atendimento. De acordo com a entidade, a principal mudança está na forma de alternar as etapas de socorro. Em casos de engasgo em crianças com mais de 1 ano e em adultos ainda conscientes, deve-se intercalar cinco pancadas nas costas com cinco compressões abdominais, conhecidas como . Antes, o protocolo indicava iniciar o atendimento diretamente pelas compressões. As novas recomendações foram publicadas na revista científica Circulation e substituem as de 2020, que até então guiavam os cursos de primeiros socorros no mundo todo. Segundo o médico Ashish Panchal, coordenador do comitê de emergência cardiovascular da AHA, a atualização reflete resultados de décadas de estudos e testes clínicos que demonstraram maior eficiência ao combinar os dois tipos de manobra. “Essas evidências mostram que as pancadas nas costas ajudam a deslocar o objeto antes mesmo das compressões abdominais, o que aumenta as chances de sucesso do socorro”, explicou Panchal, em comunicado da associação. Leia também Novas orientações para bebês Para as crianças menores de 1 ano, as recomendações também mudaram. Agora, o procedimento deve alternar cinco pancadas firmes nas costas com cinco compressões no peito, feitas com a base da palma da mão, até que o objeto seja expulso ou o bebê perca a consciência. A compressão abdominal, comum na manobra de Heimlich, continua proibida nessa faixa etária, pois pode causar lesões nos órgãos internos. A AHA reforça que é importante confirmar se o bebê realmente está engasgado antes de iniciar as manobras. Sinais de alerta incluem ausência de choro ou tosse, , mudança na coloração da pele e corpo mais mole. Crianças maiores e adultos No caso de crianças acima de 1 ano e adultos, o primeiro passo é dar cinco pancadas firmes nas costas, na região entre as escápulas. Se o objeto não for expulso, o socorrista deve realizar cinco compressões abdominais. Os movimentos devem ser firmes e direcionados para dentro e para cima, com o punho posicionado acima do umbigo e abaixo do osso do peito. As manobras devem continuar sendo alternadas até que o corpo estranho seja expelido ou até que a vítima perca a consciência. Em caso de desmaio, deve-se iniciar imediatamente a , com compressões rápidas no centro do peito no ritmo de 100 a 120 por minuto, enquanto o serviço de emergência é acionado. Passo a passo para desengasgar um bebê (até 1 ano) Verifique se o bebê não respira, não tosse e muda de cor; Ligue para o SAMU (192); Apoie-o de bruços no antebraço, com a cabeça mais baixa; Dê 5 pancadas firmes nas costas com a base da palma da mão; Vire o bebê e faça cinco compressões no peito com a base da mão; Repita até o objeto sair ou até o bebê perder a consciência; Se desmaiar, inicie RCP (30 compressões e duas ventilações). Para crianças maiores e adultos Verifique se a pessoa não respira nem fala; Dê cinco pancadas nas costas; Se não resolver, faça cinco compressões abdominais (manobra de Heimlich); Alterne as duas até o objeto sair ou a pessoa perder a consciência; Se desmaiar, deite a pessoa e inicie RCP até o socorro chegar. 2 imagens Manobra de desengasgoFechar modal. 1 de 2 Manobra para desengasgo em bebês American Heart Association 2 de 2 Manobra de desengasgo Reprodução/American Heart Association Por que as diretrizes mudaram? Segundo a AHA, quase 40% das paradas cardíacas infantis fora do hospital nos Estados Unidos estão ligadas a emergências respiratórias ou asfixia. As novas orientações buscam simplificar o aprendizado, aumentar as chances de resposta eficaz e reduzir o tempo de início das manobras, fatores decisivos para a sobrevivência da vítima. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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