A Nissan classificou como “inaceitáveis” os termos apresentados para a fusão com a Honda. Nos últimos dias, a Honda apresentou uma proposta de tornar a Nissan uma subsidiária, ao invés do acordo inicial que estabelecia uma estrutura mais igualitária. As informações são do Wall Street Journal.
A combinação das 2 montadoras de automóveis japonesas criaria a 3ª maior fabricante de veículos do mundo em unidades vendidas. A negociação começou em dezembro e uma fonte do jornal disse que a Nissan, a partir da mudança dos termos, rejeitaria a fusão.
A proposta da Honda iria de encontro com o que foi inicialmente discutido entre as empresa, que se uniriam para atuar como sob uma única holding compartilhada. A principal meta das montadoras japonesas é rivalizar com a Tesla, de Elon Musk, que vem ganhando cada vez mais espaço no mercado automobilístico, além das fabricantes chinesas de veículos elétricos.
O WST aponta que a desistência da fusão seria um duro golpe para a Nissan. A montadora recentemente anunciou uma demissão em massa de 9.000 funcionários e reduziu a capacidade industrial para ⅕ da produção. O jornal detalha que a empresa perdeu espaço nos Estados Unidos e na China. No país norte-americano, juntas, Honda e Nissan venderam 2,3 milhões de veículos.
O periódico também aponta inconsistências nas culturas corporativas das empresas como outro fator chave para a possível queda da fusão. Segundo o WST, enquanto a Honda prioriza alçar engenheiros a cargos de comando, a Nissan privilegia estudantes graduados da Universidade de Tóquio e os melhores cargos vão para o setor de vendas.
O jornal descreve também que os problemas enfrentados pela Nissan recentemente causaram uma queda severa no preço de mercado da empresa. Somados, Honda e Nissan possuem um valor de mercado de US$ 61 bilhões, algo em torno de R$ 353 bilhões.
