O volume de fusões e aquisições internacionais no Brasil caiu 12,6% entre novembro de 2023 e novembro de 2024, segundo a TTR Data (empresa de inteligência de mercado). As operações anunciadas somaram 394 no período, contra 451 em 2023. Os dados consideram tanto aquisições de empresas estrangeiras no Brasil quanto expansões de companhias brasileiras no exterior.
“Desde 2022, observamos tendência de queda nas operações internacionais, mas prevemos recuperação gradual a partir de 2025”, afirmou João Caetano Magalhães, diretor da Redirection International.
Apesar da redução no número de operações, o valor total das transações cresceu 25,9% entre janeiro e novembro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, conforme o portal Fusões & Aquisições.
O recuo dos investimentos externos é atribuído ao aumento do risco-país, pressões fiscais e incertezas políticas. O cenário internacional também influencia, especialmente as eleições nos Estados Unidos e possíveis mudanças nas políticas tarifárias, além da volatilidade cambial.
“O Brasil se mantém atrativo por ser um dos maiores mercados consumidores mundiais e ter economia resiliente”, diz Magalhães. Ele destaca que fundos de investimento em fase de desinvestimento podem impulsionar novas operações no país.
A retomada do setor enfrenta obstáculos como juros elevados, pressões inflacionárias e ausência de ofertas iniciais de ações. “A política fiscal e a gestão das contas públicas são decisivas para atrair capital externo”, afirma Magalhães.
