• Quarta-feira, 2 de julho de 2025

“Não entendo o motivo da Selic estar tão alta”, diz Fávaro

Ministro da Agricultura afirma que taxa quase inviabilizou plano de financiamento do agronegócio para a safra de 2025/2026.

O ministro da Agricultura e Abastecimento, Carlos Fávaro (PSD), disse nesta 3ª feira (1.jul.2025) não entender o motivo de a taxa Selic estar em um patamar “tão elevado” —15% desde 18 de junho. Afirmou também que chegou a duvidar que o Plano Safra 2025/2026 saísse do papel. 

“Com todo o respeito ao [Gabriel] Galípolo [presidente do Banco Central] e à equipe do BC, mas eu não consigo compreender. Nós temos gastos públicos completamente controlados, lucros públicos controlados, crescimento da economia, renda da população crescendo, desemprego caindo. Ainda assim, foi uma jornada muito difícil para a gente conseguir ter este Plano Safra.”, disse. 

A declaração foi feita  durante a cerimônia de anúncio do plano de financiamento do agronegócio em Brasília. O ministro disse que o governo precisou “absorver” a taxa Selic para que não houvesse impacto nas taxas de contratação das linhas de crédito dos programas, que ficaram de 8,5% a 13,5% para o biênio. A Selic estava em 10,5% ao ano no anúncio do Plano Safra 2024/2025. 

Fávaro elogiou o trabalho do Ministério da Fazenda para conseguir mobilizar recursos e restringir os custos do crédito aos produtores rurais mesmo com um “orçamento cada vez mais restrito”. 

O titular da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse, também durante a cerimônia, que todos os ministérios do governo devem ser reconhecidos pelo avanço do agronegócio no Brasil ao longo da safra de 2024/2025. 

“O campo é indústria e, sem o trabalho do vice-presidente, Geraldo Alckmin, não se desenvolveria. Sem o trabalho da ministra Marina Silva (Meio Ambiente), não reduziria o desmatamento. Sem o trabalho do Paulo Teixeira [Desenvolvimento Agrário], não se desenvolveria a agricultura familiar. Se não fosse o trabalho do Rui Costa junto aos ministérios de infraestrutura no Brasil para escoamento da produção, haveria um colapso”, declarou.  

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não se conforma com o atual patamar da taxa de juros, mas que logo ela deve começar a baixar. “Não pensem que me conformo com a Selic em 15%. Mas o Galípolo está comendo do mesmo prato que recebeu. Ele ainda  não teve tempo de trocar o prato, mas certamente vai trocar”, disse, em uma crítica indireta ao antecessor de Galípolo, o ex-presidente do BC Roberto Campos Neto. 

Por: Poder360

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