• Quarta-feira, 16 de abril de 2025

Mundo tenta aliviar tarifaço, mas Trump resiste e ameaça China

Apesar da pressão internacional e dos impactos econômicos, Donald Trump mantém pacote tarifário e ameaça China com novas sanções

Apesar da pressão de países aliados e do impacto negativo nos mercados financeiros,, afirmou nesta segunda-feira (7/4) que não pretende suspender nem rever o pacote de tarifas comerciais imposto no último dia 2 de abril. Ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante coletiva na , Trump foi direto: não há planos de recuo. Segundo o republicano, ele continuará buscando acordos comerciais considerados “justos e bons”, mesmo que isso envolva manter algumas tarifas de forma permanente. Desde o anúncio das tarifas, que atingem importações de mais de 100 países, os efeitos começaram a ser sentidos globalmente. registraram perdas expressivas, e cresce o temor de que o confronto comercial leve o mundo a uma nova recessão. Segundo informações da, parceira do Metrópoles, especialistas e instituições financeiras têm demonstrado preocupação com os desdobramentos da política comercial americana. Segundo o banco J.P. Morgan, a chance de uma recessão global subiu para 60%, contra 40% antes do anúncio do pacote tarifário. A previsão é que os impactos sejam sentidos em cadeia: aumento dos custos de produção, volatilidade nos mercados, interrupções nas cadeias globais de suprimentos, queda da confiança empresarial e, na ponta, alta nos preços e redução na renda das famílias. O Deutsche Bank também alertou para os possíveis efeitos de longo prazo da estratégia americana, destacando que ela pode trazer “imensas implicações globais para 2025 e para os próximos anos e décadas”. Mesmo diante do cenário, Trump defendeu a iniciativa. “Às vezes, é preciso tomar remédios para consertar alguma coisa”, disse. Para ele, as são um instrumento de negociação, mas reforçou que, se não houver acordos satisfatórios, os Estados Unidos não manterão relações comerciais com determinados países. Escalada entre EUA e China A disputa comercial ganhou novos contornos após a resposta da às tarifas impostas por Donald Trump. Na sexta-feira (4/4), o governo chinês anunciou uma tarifa de 34% sobre todas as importações dos Estados Unidos, como medida de retaliação. A nova taxa entra em vigor em 10 de abril e soma-se a outras sanções implementadas por Pequim. Entre elas, estão restrições à exportação de sete tipos de terras-raras — minerais essenciais para a indústria tecnológica —, investigações antidumping sobre tubos de raio X vindos dos EUA e da Índia, suspensão de importações de empresas americanas do setor avícola e o bloqueio de 11 companhias de defesa dos Estados Unidos, classificadas como entidades não confiáveis. Também houve restrições a exportações destinadas a 16 empresas americanas e a suspensão da compra de sorgo de uma produtora dos EUA. Como resposta, Trump ameaçou novas tarifas. Em publicação na rede social Truth Social, o presidente disse que poderá impor uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses, caso Pequim não recue da medida anunciada. Se confirmada, a carga total de tarifas americanas sobre produtos da China poderá chegar a 84%, considerando as sobretaxas já aplicadas. Trump defende as medidas como uma forma de corrigir o que classifica como desequilíbrio nas relações comerciais dos EUA com outros países. Segundo ele, as tarifas são uma maneira de nivelar as barreiras que os Estados Unidos enfrentam em seus mercados de exportação. Quando questionado sobre o risco de países aliados se aproximarem da China diante da rigidez americana, Trump minimizou: “Não estou preocupado. Eles não querem ficar nas mãos dos chineses”. A intensificação da disputa comercial teve efeitos imediatos nos mercados financeiros. Bolsas da Ásia, Europa e América do Norte registraram quedas expressivas desde os primeiros anúncios. Investidores temem que a continuidade do confronto leve a uma retração econômica global, além de afetar cadeias de produção e encarecer bens de consumo em diversos países.
Por: Metrópoles

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