• Terça-feira, 5 de agosto de 2025

Mortes de crianças por diarreia devem aumentar com aquecimento global

Estudo com 3 milhões de crianças mostra que o calor extremo do aquecimento global causará mais mortes por diarreia nas próximas décadas

A entre crianças pequenas globalmente, afetando países do hemisfério Sul, especialmente os do Sudeste Asiático. Uma nova análise alerta que esse quadro deve piorar nos próximos anos com . A pesquisa, publicada na sexta-feira (1º/8) na revista  indica que o aumento da temperatura e a redução das chuvas devem elevar significativamente o risco de diarreia infantil em regiões vulneráveis. Isso pode resultar em novos picos de mortalidade nos próximos anos. Leia também Segundo o estudo, oscilações de temperatura entre 30 e 40 °C elevam em até 39% as . A combinação com períodos mais intensos de estiagem pode limitar o acesso à água e aumentar esse risco em mais 29%, agravando a situação de comunidades já afetadas por infraestrutura precária. Mortes por diarreia são evitáveis com educação A pesquisa, feita pela Universidade Flinders, na Austrália, foi feita com dados de saúde de 3 milhões de crianças atendidas por diarreia em oito países asiáticos, incluindo a Índia e as Filipinas. A pesquisa cruzou variáveis climáticas, socioeconômicas e de saúde infantil para entender o impacto conjunto das mudanças climáticas sobre o risco de diarreia. O professor de ecologia Corey Bradshaw, um dos autores da pesquisa, reforça que a resposta precisa ir além da saúde. “É preciso implementar políticas públicas que protejam as crianças contra o impacto crescente da crise climática e isso é urgente”, afirmou em entrevista ao portal da universidade. Os autores apontam que filhos de mães com baixa escolaridade enfrentam riscos maiores. Segundo a doutoranda Hira Fatima, líder do estudo, “as crianças cujas mães estudaram menos de oito anos têm 18% mais chance de adoecer gravemente de diarreia”. A justificativa está na falta de informação que dificulta a prevenção e o reconhecimento precoce dos sintomas. Com base nesses resultados, os pesquisadores defendem o investimento em educação materna como uma medida eficaz de adaptação climática para evitar mortes em cenários onde mudanças de infraestrutura, Imagem colorida de saneamento básico no Brasil - MetrópolesAusência de saneamento básico é uma das principais causadoras de mortes Água suja, saneamento precário, maior perigo Atualmente, mais de 88% das mortes por diarreia se relacionam à água contaminada ou à ausência de saneamento básico. Melhorias no acesso à água potável podem reduzir o risco da doença em 52%, enquanto instalações sanitárias adequadas reduzem em até 24%. A pobreza, segundo os autores, está no centro do problema. Ela limita o acesso a alimentos seguros, tratamentos médicos, condições adequadas de moradia e acesso ao conhecimento. Esses fatores favorecem o crescimento de agentes infecciosos ligados à diarreia, em especial entre os menores de 5 anos. Além disso, a superlotação das cidades agrava a disseminação de doenças em ambientes domésticos e escolares. A água armazenada em recipientes abertos ou exposta ao sol se torna um vetor de transmissão, elevando o risco principalmente durante as estações mais quentes e secas. Para combater o problema, os autores recomendam que governos priorizem três frentes principais: aumento do acesso à educação materna, ampliação de sistemas de água segura e políticas de habitação que reduzam a superlotação nas cidades mais populosas. Os pesquisadores afirmam que, mesmo com os avanços na prevenção e tratamento da diarreia, a mudança climática impõe novos desafios. As vulnerabilidades estrutural e climática se cruzam, ampliando o risco de morte por doenças que já são evitáveis e tratáveis. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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