A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo (PT), defendeu nesta 5ª feira (30.out.2025) a realização de uma perícia independente nos corpos das vítimas da operação policial nos complexos da Penha e do Alemão. Durante encontro com familiares e representantes comunitários no Rio de Janeiro, a ministra classificou a ação como “um fracasso, uma tragédia, um horror inominável”. A operação Contenção foi a mais letal no Brasil e resultou em 121 mortes, sendo 117 supostos suspeitos e 4 policiais.
“Na nossa visão, a perícia no local está muito prejudicada”, afirmou a ministra depois de visitar o complexo da Penha. Segundo Evaristo, a PF (Polícia Federal) disponibilizou peritos para auxiliar nas investigações.
A ministra criticou duramente a abordagem utilizada no combate ao crime organizado. “Se quisermos combater o crime organizado, tem que começar por cima. Não adianta chegar em nossas comunidades expondo crianças, pessoas idosas e com deficiência a esse pavor”, afirmou.
O posicionamento de Evaristo contrasta com a avaliação do governador Cláudio Castro (PL), que na 4ª feira (29.out.2025) classificou a operação como “um sucesso” ao divulgar o balanço de mortos.
A ministra anunciou medidas de apoio aos familiares e moradores, incluindo atendimento psicossocial e proteção às testemunhas, especialmente crianças. “Tem uma questão da segurança pública, mas segurança é direito de toda a população. Não adianta segurança se não tiver associada a políticas públicas de saúde educação”, afirmou.
A comitiva incluiu deputados federais como Benedita da Silva (PT-RJ), Reimont (PT-RJ), Glauber Braga (PSOL-RJ), Chico Alencar (PSOL-RJ), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Jandira Feghalli (PC do B-RJ), e Otoni de Paula (MDB-RJ).
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que o governo federal enviará 20 peritos criminais e profissionais da Força Nacional ao Rio de Janeiro para apoiar as investigações sobre as operações policiais nos complexos da Penha e do Alemão.
Anielle também disse que o governo está mapeando ações do programa Juventude Negra Viva para desenvolver projetos em parceria com as comunidades e reafirmou o compromisso com políticas de reparação, cuidado e redução das desigualdades.

 
                    





 
                         
                         
                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                