O coronel do Exército de Madagascar Michael Randrianirina anunciou em rádio nacional que os militares tomaram o poder no país nesta 3ª feira (14.out.2025) e que dissolveram todas as instituições, exceto a Câmara Baixa do Parlamento.
No mesmo dia, 130 integrantes da Assembleia Nacional votaram a favor do impeachment de Andry Rajoelina (TGV, centro-esquerda), presidente de Madagascar, e a medida foi aprovada. A Presidência disse que a reunião foi inconstitucional e disse que a decisão é “nula e sem efeito”. Horas antes, a autoridade tentou dissolver o Parlamento no país, mas foi ignorada por deputados.
Em post no X, Rajoelina declarou que a dissolução era necessária para “restaurar a ordem” em Madagascar e afirmou que “o povo precisa ser ouvido novamente”. Em resposta, o vice-presidente da Assembleia, Siteny Randrianasoloniaiko, disse que o decreto não era “válido legalmente” e que o “presidente da Assembleia Nacional não foi consultado”.
Na 2ª feira (13.out), fora do país, o presidente disse que não deixaria o governo. Rajoelina abandonou Madagascar no domingo (12.out) sob justificativa de temer por sua vida depois que a capsat, unidade militar que o ajudou a chegar ao poder em 2009, desertou e se uniu às manifestações populares.
Os protestos tiveram início em 25 de setembro, motivados por escassez de água e energia elétrica, mas evoluíram para um movimento contra problemas estruturais, como corrupção, má administração pública e falta de serviços essenciais.