• Segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Mianmar marca eleições gerais para 28 de dezembro

Será o 1º processo eleitoral desde que o país sofreu um golpe militar em 2021; opositores enxergam pleito com ceticismo.

A 1ª fase das eleições gerais de Mianmar será em 28 de dezembro de 2025, segundo um anúncio feito pela televisão estatal do país nesta 2ª feira (18.ago.2025). Este, que será o 1º processo eleitoral no país em quase 5 anos, já enfrenta críticas de opositores, que o consideram uma farsa.

A Comissão Eleitoral da União de Mianmar informou que divulgará posteriormente as datas para as fases seguintes do pleito, programadas para serem realizadas de dezembro a janeiro, por questões de segurança, de acordo com o comunicado transmitido pela MRTV (sigla para Rádio e Televisão de Mianmar).

De acordo com a Reuters, o anúncio representa uma tentativa dos militares de normalizar sua governança depois de anos de conflito interno.

O país vive um cenário de violência desde 2021, quando um golpe militar destituiu o governo civil eleito liderado por Aung San Suu Kyi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1991.

Os generais que comandam Mianmar, sob liderança do chefe militar Min Aung Hlaing, enfrentam forte resistência de grupos armados em diversas regiões.

A administração interina formada recentemente declarou que pretende realizar eleições em mais de 300 circunscrições em todo o território nacional, incluindo áreas atualmente sob controle de grupos armados que se opõem aos militares.

A mídia estatal informou que 55 partidos políticos foram registrados para as eleições, com 9 deles planejando competir nacionalmente. “Seis partidos estão sob análise para aprovação e registro”, informou o jornal The Global New Light of Myanmar no início deste mês.

As fases subsequentes das eleições serão realizadas ao longo de dezembro e janeiro, com datas a serem anunciadas posteriormente pela Comissão Eleitoral da União de Mianmar, conforme informado pela televisão estatal.

Os militares justificaram o golpe de fevereiro de 2021 como uma intervenção depois do que classificaram como fraude generalizada nas eleições realizadas 3 meses antes, vencidas pelo partido de Suu Kyi.

Os governos ocidentais, segundo a Reuters, rejeitaram o atual processo eleitoral, vendo-o como estratégia para consolidar o poder dos generais.

A expectativa é que o pleito seja dominado por candidatos alinhados aos militares, já que grupos de oposição estão impedidos de concorrer ou se recusam a participar.

Por: Poder360

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