Mercado de trabalho no Brasil deve seguir aquecido, dizem economistas
Segundo economistas e analistas do mercado ouvidos pelo Metrópoles, emprego segue robusto, embora comecem a aparecer sinais de desaceleração
                                Os novos dados oficiais de  no país, divulgados nesta sexta-feira (31/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (), indicam que o mercado de trabalho continua aquecido e deve permanecer assim pelos próximos meses, embora já comecem a aparecer sinais de eventual desaceleração mais à frente. 
 A avaliação é de economistas e analistas do mercado consultados nesta manhã pela reportagem do Metrópoles, pouco depois da divulgação dos dados pelo IBGE. 
 De acordo com o levantamento,, recuando nas duas comparações: 0,2 ponto percentual frente ao trimestre móvel anterior (5,8%) e 0,8 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2024 (6,4%). 
 O que diz o mercado 
 Segundo André Valério, economista sênior do Banco Inter, “combinada com a leitura do Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados], ontem, de adição líquida de 213 mil empregos, o cenário ainda é de um mercado de trabalho bastante robusto”. 
 “A Pnad continua indicando excelentes números, com a população desocupada no menor contingente da série histórica, a população desalentada no menor nível desde 2015 e empregados no setor privado batendo recorde da série histórica, com novo recorde de empregados com carteira assinada”, observa. 
 “Dito isso, há indícios de que possamos estar próximos a um ponto de virada no mercado de trabalho. A estabilidade pelo terceiro mês consecutivo na taxa de desocupação sugere pico no indicador, o que é evidenciado pelo comportamento da taxa com ajuste sazonal, que também mostra estabilidade nos últimos meses”, destaca Valério. 
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 Para o economista, “dado o caráter defasado do mercado de trabalho, é provável que vejamos uma deterioração na margem nas próximas leituras”. “O Caged já indica perda de dinamismo na margem, com o ritmo de criação de empregos perdendo força, mas não esperamos uma desaceleração intensa do mercado de trabalho, com a taxa de desocupação ficando relativamente estável até o final do ano e aumentando ao longo de 2026 até atingir 6,7%.” 
 Claudia Moreno, economista do C6 Bank, afirma que a composição da Pnad “mostrou uma leve queda da população ocupada, que continua acima de 102 milhões de pessoas, e uma estabilidade da população economicamente ativa”. “É importante dizer que, embora não venham registrando grandes variações nos últimos meses, os dados reforçam que o mercado de trabalho brasileiro segue bastante aquecido”, pontua. 
 “Acreditamos que o mercado de trabalho continuará forte nos últimos meses de 2025. Nossa projeção é de que a taxa de desemprego encerre o ano próxima a 5,5%, patamar bastante baixo para os padrões históricos do país”, estima Rodrigues. 
 Na avaliação de Igor Cadilhac, economista do PicPay, “do ponto de vista qualitativo, a dinâmica foi mista” nos resultados da Pnad. “Tanto a taxa de participação quanto o nível de ocupação recuaram 0,1 ponto percentual, para 62,2% e 58,7%, respectivamente. Por outro lado, a informalidade diminuiu de 38% para 37,8%, levando o número de trabalhadores com carteira assinada a um novo recorde, de 39,2 milhões”, afirma. 
 “Em relação à renda, o rendimento médio real habitual atingiu o maior nível da série, avançando 4% no ano. Combinado à baixa taxa de desemprego, esse movimento elevou a massa de rendimento real habitual a um recorde de R$ 354,6 bilhões. Considerando as implicações desse cenário para a inflação, o hiato do produto positivo segue sendo um desafio”, prossegue Cadilhac. 
 “Olhando à frente, com base nos dados recentes e na natureza cíclica do mercado de trabalho, esperamos que o aquecimento persista por um período prolongado, ainda que em meio a um processo gradual de desaceleração. Para 2025, projetamos uma taxa média de desemprego de 6%, encerrando o ano em 5,5%”, completa. 
 Para o economista Maykon Douglas, as leituras da Pnad nos últimos meses “eram inequivocamente boas em todas as principais métricas”, mas “as coisas começam a mudar”. “O resultado de setembro foi melhor que o de agosto, embora favorecido pela queda na taxa de participação”, observa. 
 “O emprego formal continua com uma boa composição, com uma alta anual de 3% no contingente de trabalhadores formais, e a massa salarial voltou à máxima histórica. Os salários seguem com uma alta anual pouco acima de 3% ao longo deste ano”, explica o economista. 
 Entretanto, segundo Maykon, “é nítido que a geração de postos de trabalho começa a perder tração”. “Isso também pode ser notado no Caged, divulgado ontem, que, embora acima do esperado, mostrou uma leve queda na média móvel de três meses com ajuste sazonal, de 86 mil para 82 mil. Porém, o mercado de trabalho permanece apertado e com lenta acomodação. Minha previsão atual é de que a taxa de desemprego encerrará o ano em 5,5%, com ajuste sazonal”, conclui. 
 Os dados do IBGE 
 De acordo com o IBGE, a população desocupada (6 milhões de pessoas) foi o menor contingente da série histórica, recuando 3,3% (ou menos 209 mil pessoas) no trimestre e caindo 11,8% (menos 809 mil pessoas) no ano. Já a população ocupada (102,4 milhões) ficou estável no trimestre e aumentou 1,4% (mais 1,4 milhão) no ano. 
 Segundo a pesquisa, o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi 58,7%, sem variação significativa no trimestre (58,8%) e subindo 0,3 ponto percentual (58,4%) no ano. 
 O número de empregados com carteira assinada no setor privado foi novo recorde da série (39,2 milhões), com estabilidade no trimestre e alta de 2,7% (mais 1 milhão de pessoas) no ano. 
 Já o número de empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões) ficou estável no trimestre e recuou 4% (menos 569 mil pessoas) no ano. O número de empregados no setor público (12,8 milhões) registrou estabilidade no trimestre e subiu 2,4% (mais 299 mil pessoas) no ano.
                                
                            
                            
                                Por: Metrópoles
                            
                         
                    





 
                         
                         
                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                