O Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), fechou aos 149.540 pontos nesta 6ª feira (31.out.2025), com alta de 0,51%. Subiu pelo 8º dia consecutivo, período que acumulou alta de 3,79%. Na semana, avançou 2,30%. O dólar comercial foi para R$ 5,380, com queda de 0,01%. Na semana, a moeda norte-americana recuou 0,22%.
Os indicadores recentes reforçaram a visão de atividade resiliente, apesar do quadro de juros elevados. Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o Brasil criou 213 mil empregos formais em setembro de 2025, número acima das expectativas e o melhor resultado para o mês em 4 anos.

Nesta 6ª feira (31.out.2025), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), disse que a taxa de desemprego caiu para 5,6% no trimestre encerrado em setembro, o menor nível da série histórica iniciada em 2012. A taxa de subutilização também recuou para 13,9%, reforçando a ideia de um mercado ainda apertado e de um consumo doméstico sustentado.
Na análise do C6 Bank, o mercado de trabalho continuará forte nos últimos meses de 2025. “Nossa projeção é de que a taxa de desemprego encerre o ano próxima a 5,5%, patamar bastante baixo para os padrões históricos do país”, disse.

A instituição também destacou que, embora o emprego favoreça a atividade econômica, o aquecimento do mercado tende a dificultar o controle da inflação de serviços. Segundo o banco, o Copom (Comitê de Política Monetária) deve manter a taxa Selic em 15% ao ano até o fim de 2025, iniciando cortes graduais apenas em março de 2026.
O Itaú Unibanco avalia de forma semelhante: “A estabilização do mercado de trabalho se dá perto da mínima histórica da taxa de desemprego. A inflação corrente segue distante do objetivo de política monetária. A melhora das expectativas é expressiva, mas ainda insuficiente –o que deve levar o Copom a manter os juros em 15% por um período prolongado”, diz o banco em nota.
Analistas também apontam que o movimento de valorização da Bolsa foi favorecido pelo corte de juros nos Estados Unidos, decidido pelo Federal Reserve em outubro. O Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) reduziu a taxa para o intervalo de 3,75% a 4,00%, o menor patamar desde 2022. A decisão impulsionou o apetite global por risco, enfraqueceu o dólar e atraiu fluxos de capital para mercados emergentes, como o Brasil.
No entanto, o desempenho positivo do Ibovespa ocorre em meio a fragilidades fiscais persistentes. O setor público consolidado –formado por União, Estados, municípios e estatais– registrou deficit primário de R$ 17,5 bilhões em setembro, segundo o Banco Central. No acumulado de 12 meses, o saldo negativo chegou a R$ 33,2 bilhões.
Os investidores estrangeiros retiraram R$ 1,4 bilhão da Bolsa neste mês até 4ª feira (29.out), último dado disponível. No ano, o saldo está positivo em R$ 25,8 bilhões. Quando se consideram ofertas iniciais (IPOs) e secundárias (follow-ons), o resultado no ano fica positivo em R$ 25,8 bilhões.

Usado para medir a confiança na economia, o CDS (Credit Default Swap) de 5 anos, o risco-país registrou 139 pontos nesta 6ª feira (31.out). Há 1 ano (31.out.2024), registrava 154.






