Lula vê “indústria de desconfiança” em críticas sobre questão fiscal
Em SP, Lula disse que existe uma "indústria de jogar desconfiança" na população brasileira, principalmente envolvendo o noticiário econômico
Dois dias depois de a Câmara dos Deputados ter deixado “caducar” a Medida Provisória (MP) que determinava compensações ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), alegando que o governo federal queria aumentar a carga tributária do país, o presidente (PT) não escondeu a irritação ao comentar as críticas feitas à sua gestão a respeito de uma suposta desatenção em relação às contas públicas.
Ao discursar durante cerimônia de , em evento promovido pela Caixa Econômica Federal, em São Paulo, Lula disse que existe uma “indústria de jogar desconfiança” na população brasileira, principalmente envolvendo o noticiário econômico.
As declarações do presidente da República foram dadas ao lado do , e do , que também participaram do evento, entre outras autoridades.
“Se você pegar as notícias sobre desenvolvimento no Brasil, crescimento econômico, crescimento da massa salarial, crescimento do financiamento, você quase não vê notícia. Mas se você pegar déficit fiscal, é todo santo dia”, ironizou Lula.
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“Tem uma indústria de jogar desconfiança na sociedade brasileira, como se quem está fora tivesse responsabilidade e quem está dentro não tivesse responsabilidade”, prosseguiu o petista. “As pessoas não percebem que ninguém neste país trata com mais responsabilidade a questão das contas públicas do que quem está no governo. Por que, se não cuidar, quando sair do governo vai passar a vida respondendo processo.”
“Não tem gênio na economia”
Lula afirmou ainda que não existe fórmula mágica para equacionar a situação econômica. “Vocês me conhecem e sabem que não existe mágica em economia. Não tem gênio na economia. Se tivesse, o Brasil não tinha passado a miséria que passou”, disse.
A decisão da Câmara de deixar a MP da compensação ao IOF “caducar” foi um duro revés ao governo Lula no Congresso – um dos maiores sofridos pela gestão petista desde que o presidente assumiu o cargo para seu terceiro mandato no . O governo contava com a aprovação da MP para fechar as contas.
Segundo estimativas da própria equipe econômica, a derrubada da MP na Câmara deve causar um impacto de cerca de R$ 46,5 bilhões no orçamento até 2026.
Na semana que vem, depois que retornar de uma viagem internacional, Lula deve reunir ministros e auxiliares para discutir possíveis medidas alternativas à MP.
Por: Metrópoles