O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) articula com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e bancos privados a concessão de um empréstimo para socorrer os Correios.
Segundo reportagem publicada nesta 3ª feira (14.out.2025) pelo jornal Folha de S.Paulo, a estatal precisa de R$ 20 bilhões, sendo R$ 10 bilhões para 2025 e mais R$ 10 bilhões para 2026.
Lula não descarta realizar um aporte complementar de recursos do Tesouro Nacional. O tamanho desse repasse, porém, depende do espaço fiscal nas contas do governo.
A operação, caso seja confirmada, deve ter garantia do Tesouro e será atrelada à adoção de medidas de ajuste previstas em um plano de reestruturação da empresa pública.
O dinheiro deve ser usado para capital de giro e para o custeio das medidas de ajuste previstas no plano (como demissões voluntárias, mudanças no plano de saúde e renegociação de passivos atrasados, entre outras ações).
Segundo a Folha, a operação de crédito foi discutida em reunião em 9 de outubro entre os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) e representantes do Tesouro Nacional, da PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional), do Banco do Brasil e da Caixa.
Ainda não foi definida a participação de cada banco público na operação, que também deve atrair instituições privadas. BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil já são credores dos Correios em uma operação contratada no 1º semestre de 2025.
As discussões do plano para socorrer os Correios vieram especialmente depois da troca de comando na empresa, agora presidida por Emmanoel Schmidt Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil.
Para o governo, com a entrada de Rondon no lugar de Fabiano Silva dos Santos, houve mais espaço e estrutura técnica para levar adiante o plano de recuperação da companhia.
Os Correios registraram um prejuízo de R$ 4,4 bilhões no 1º semestre de 2025. No ano passado, o prejuízo da estatal foi de R$ 2,6 bilhões –valor que já era 4 vezes maior do que o de 2023.
O Poder360 procurou o governo e os Correios para que comentassem a articulação do empréstimo. Até a publicação deste texto, não haviam dado uma reposta. O espaço segue aberto para manifestações.