O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta 5ª feira (20.nov.2025) a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, 45 anos, para ocupar a vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal) com a saída do ministro Roberto Barroso, 67 anos, que se aposentou antecipadamente da Corte.
A escolha consagra Messias como uma das figuras centrais do eixo jurídico do governo petista. Próximo a Lula, o ministro da AGU já vinha sendo tratado como “voz de confiança” do presidente em temas sensíveis: da defesa institucional do governo a embates jurídicos no Congresso e no Supremo.
A decisão foi tomada depois de consultas com ministros do STF e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Uma ala da Corte e o chefe da Casa Alta eram a favor da indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Com a decisão desta 5ª feira (20.nov), Messias deve ocupar o assento de Barroso, que presidiu o tribunal até setembro e se aposentou antecipadamente. Sua nomeação será submetida à sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e, em seguida, ao plenário do Senado. Leia mais abaixo.
Durante o governo Dilma Rousseff, Messias atuou como subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República. A partir de então, consolidou-se como o principal conselheiro jurídico de Lula, ampliando influência sobre temas orçamentários, ambientais e políticos. Contou a seu favor também o fato de ser evangélico, o que poderia dar força para o governo nesse segmento da população, que tende mais à ala conservadora.
A indicação de Messias precisa passar por sabatina e aprovação do Senado antes da nomeação oficial e da posse.
Eis como funciona a análise no Senado:

Jorge Rodrigo Araújo Messias tem 45 anos e nasceu em 25 de fevereiro de 1980. É ministro da AGU (Advocacia Geral da União) desde o início do 3º mandato do presidente Lula, foi escolhido em dezembro de 2022.
É graduado em direito pela Faculdade de Direito do Recife da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e mestre e doutor pela UnB (Universidade de Brasília). Foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência no governo Dilma Rousseff (PT), secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação e consultor jurídico dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Também foi procurador do Banco Central e conselheiro fiscal do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), sempre em governos petistas. Passou os últimos anos no gabinete do senador Jaques Wagner (PT-BA) como assistente júnior.
Em 2022, antes de ser escolhido ministro, Messias liderou a lista sêxtupla enviada a Lula por procuradores da Fazenda e advogados da União com sugestões para o comando da AGU. Ele atua como procurador da Fazenda Nacional desde 2007.
Messias ficou conhecido em 2016, quando a Lava Jato divulgou uma conversa de Lula e Dilma. À época, o presidente eleito estava na iminência de se tornar ministro-chefe da Casa Civil. Por telefone, Dilma disse estar enviando o “Bessias” com o termo de posse, que deveria ser usado “em caso de necessidade”. Ela estaria se referindo à prerrogativa de foro privilegiado que os ministros têm.
Com a aposentadoria obrigatória aos 75 anos de idade, Messias poderá atuar na Corte até 2055, caso seja aprovado.





