O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 4ª feira (25.nov.2025) que o país “deu uma lição de democracia ao mundo” ao ver a Justiça iniciar a execução da pena de Jair Bolsonaro (PL).
Durante cerimônia de sanção da reforma do IR (Imposto de Renda), no Palácio do Planalto, Lula disse que a atuação do Judiciário demonstrou firmeza diante das ameaças de grupos envolvidos na tentativa de subverter o resultado eleitoral de 2022. A fala veio no mesmo dia em que o STF (Supremo Tribunal Federal) publicou a guia que formaliza o cumprimento da condenação do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado.
“Esse país ontem deu uma lição de democracia ao mundo. Sem nenhum alarde, a Justiça brasileira mostrou a sua força, não se amedrontou com as ameaças de fora e fez um julgamento primoroso onde não tem acusação de oposição. É tudo acusação de dentro da quadrilha que tentou dar um golpe nesse país”, afirmou o presidente da República.
Lula também destacou a inédita responsabilização de autoridades militares e do próprio ex-presidente pelos atos antidemocráticos.
“Pela 1ª vez em 500 anos da história desse país você tem alguém preso por tentativa de golpe. Você tem um ex-presidente da República e 4 generais de 4 estrelas presos, em uma demonstração de que a democracia vale para todos. Democracia não é privilégio de ninguém, é um direito de 215 milhões de brasileiros”, disse.
O Planalto evitou comentar detalhes da condução do processo, afirmando que a decisão é de responsabilidade exclusiva do Judiciário. Aliados do governo avaliam que o episódio reforça o discurso de defesa das instituições. O tema deve ser explorado politicamente nas próximas semanas.
A execução da pena foi oficializada pelo Supremo na 3ª feira (25.nov). Com o trânsito em julgado, Bolsonaro começou a cumprir a pena de 27 anos e 3 meses de prisão em regime inicial fechado.
Também presente, o presidente do Senado, Renan Calheiros, chamou o momento de “histórico e pedagógico para a democracia, para as instituições e para a sociedade brasileira.” Ele afirmou que a condenação e o início da execução das penas marcam um novo capítulo para a justiça social e a responsabilização de atos antidemocráticos.
A decisão do STF vinha sendo construída há meses. Em 18 de novembro, foi publicado o acórdão que rejeitou recursos da defesa de Bolsonaro e de outros réus da Ação Penal 2668 –que investigou a tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022. Com isso, houve a contagem regressiva para o trânsito em julgado e a consequente execução das penas.
