A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner (Partido Justicialista, esquerda) levou uma bronca durante o 1º dia do julgamento do caso Cuadernos na 5ª feira (6.nov.2025). Os juízes cobraram que a peronista aparecesse na câmera durante a videoconferência.
Durante a leitura das acusações, o juiz Enrique Méndez Signori pediu que Kirchner, que cumpre prisão domiciliar, aparecesse enquadrada na imagem. “Nem todos os acusados aparecem diante das câmeras. É dever do tribunal garantir que essa leitura seja feita na presença deles, então peço que o façam”, disse o magistrado.
Depois da fala, Carlos Beraldi, advogado da peronista, ajustou o enquadramento da defesa e posicionou Cristina Kirchner na tela.
Assista ao momento:
As sessões são realizadas por videoconferência. O tribunal vai ouvir 626 testemunhas ao longo do processo. Não há estimativa de quanto o julgamento será analisado.
O caso é considerado um dos maiores processos por corrupção da história argentina. Ao todo, são 87 acusados, incluindo ex-funcionários públicos e empresários, denunciados por suposta cobrança sistemática de propinas para financiamento político de 2003 a 2015. A investigação começou depois da divulgação de cadernos nos quais eram registrados valores, datas e locais de entrega de dinheiro, atribuídos ao motorista do Ministério da Planificação Federal.
A acusação afirma que havia um esquema “organizado e estável” ligado a contratos de obras públicas e que parte dos valores arrecadados teria sido destinada ao financiamento do kirchnerismo. A defesa da ex-presidente diz que ela é vítima de perseguição política e que os cadernos não são prova válida, porque foram escritos posteriormente e sem garantias de autenticidade.
Cristina Kirchner classificou o processo como um “show judicial” com o objetivo de desviar as atenções das reformas econômicas preparadas pelo governo do presidente Javier Milei (La Libertad Avanza, direita).





