O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu (Renascimento, centro), anunciou na 2ª feira (15.set.2025) que cortará privilégios vitalícios concedidos a ex-integrantes do governo francês. A medida passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2026.
“Embora seja normal que a República proteja aqueles que estão sob ameaça, é inconcebível que eles possam se beneficiar de privilégios vitalícios devido a um status temporário”, declarou Lecornu, na rede social X.
“A proteção policial será concedida apenas a ex-primeiros-ministros e ministros do Interior por um período limitado, sendo renovada com base no risco real. Todos os outros recursos vitalícios disponibilizados a ex-primeiros-ministros serão agora por um período limitado”, declarou o premiê.
Segundo o jornal Le Monde, ex-primeiros-ministros têm direito vitalício a segurança e carro oficial com motorista, a menos que estejam exercendo outro cargo, às expensas do Estado. “Não podemos pedir aos franceses que se esforcem se aqueles que estão à frente do Estado não o fizerem”, disse Lecornu a jornalistas, de acordo com o jornal francês.
Lecornu tenta dar o exemplo em meio à crise política francesa. Aliado de Emmanuel Macron (Renascimento, centro), ele é o 5º premiê neste 2º mandato do presidente da França. Os 3 últimos –François Bayrou (Movimento Democrático, centro), Michel Barnier (Os Republicanos, direita) e Gabriel Attal (Renascimento, centro) ficaram menos de 10 meses no cargo.
O deficit francês chegou a 5,8% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024, representando o maior índice entre os países da Zona do Euro. Embora os partidos concordem sobre a necessidade de reduzir esse percentual, não há consenso quanto aos métodos para alcançar tal objetivo.
O calendário impõe pressão adicional ao novo chefe de governo. Lecornu tem até 7 de outubro para enviar ao parlamento uma versão completa do projeto orçamentário para 2026. O documento precisará ser aprovado em uma assembleia dividida em 3 blocos ideológicos distintos.