• Sábado, 2 de agosto de 2025

Juros altos lideram problemas da construção no 2º trimestre

Preocupação dos empresários com a alta carga tributária aumentou em relação ao 1º trimestre.

As taxas de juros elevadas são apontadas como o principal problema da indústria da construção no 2º trimestre de 2025, informa a Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), em parceria com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), na 2ª feira (28.jul.2025). O entrave foi citado por 37,7% dos empresários do setor, contra 35,3% no 1º trimestre do ano.

Segundo Isabella Bianchi, analista de Políticas e Indústria da CNI, a indústria da construção é muito penalizada pela elevação das taxas de juros.

“Os juros altos afetam a indústria da construção de duas maneiras: encarecem o custo do crédito para o empresário que precisa de recursos para investir, e para o consumidor que deseja adquirir algum bem do setor”, afirma Isabella.

Lembrada por 30,5% dos empresários, a alta carga tributária segue como o 2º principal problema da indústria da construção. No 1º trimestre, 27,8% dos empresários haviam mencionado a questão. A 3ª posição do ranking é ocupada pela falta ou alto custo de trabalhador qualificado. No 2º trimestre, o problema foi reportado por 24,6% dos industriais, enquanto, no 1º, por 27,1%.

O índice de satisfação com a situação financeira caiu 1,4 ponto, fechando o 2º trimestre em 45 pontos. Abaixo da linha de 50 pontos, o indicador reflete maior insatisfação dos empresários com as finanças de seus negócios.

Os índices de satisfação com o lucro operacional e de facilidade de acesso ao crédito também caíram, de 42,8 para 42,5 pontos e de 37,4 para 35,5 pontos, respectivamente. Isso indica maior insatisfação com os lucros e dificuldades crescentes para obter crédito.

Por outro lado, houve desaceleração nos preços de insumos e matérias-primas. O índice que mede a evolução do preço médio desses itens recuou 3,7 pontos, para 60,9 pontos, na passagem do 1º para o 2º trimestre.

Em junho, o índice de evolução do nível de atividade da indústria da construção ficou em 48,8 pontos, após avançar frente a maio. O resultado foi inferior ao registrado no mesmo mês em 2024 e em 2023, quando o indicador marcou 49,9 pontos. Vale lembrar que, quanto menor o índice, pior o desempenho do setor.

Já o índice de evolução do número de empregados caiu de maio para junho. O indicador registra 48,3 pontos, abaixo do patamar visto no mesmo mês em 2024 e em 2023, quando registrou 48,8 pontos e 50 pontos, respectivamente.

Depois de sete meses consecutivos em 67%, a UCO (Utilização da Capacidade Operacional) da indústria da construção caiu 1 ponto percentual, para 66%. A UCO está 2 pontos percentuais abaixo do nível visto em junho de 2024 (68%) e 1 ponto percentual abaixo de junho de 2023 (67%).

Em julho de 2025, o ICEI (Índice de Confiança do Empresário Industrial) da Construção caiu 0,4 ponto, para 47,1 pontos. Ao se afastar da linha divisória de 50 pontos, o indicador revela que a falta de confiança se intensificou entre os industriais do setor. A deterioração da confiança se deve, principalmente, à avaliação negativa sobre as condições atuais das empresas e da economia brasileira.

O índice de intenção de investimento caiu 2,4 pontos de junho para julho. Agora, o indicador registra 40,4 pontos –2,3 pontos percentuais acima da média histórica.

Apesar do momento negativo, os empresários seguem otimistas para o 2º semestre de 2025. O índice de expectativa de número de empregados avançou 1,9 ponto frente a junho, chegando aos 52,9 pontos. O índice de expectativa de compras de insumos e matérias-primas subiu 1,1 ponto, para 52,2 pontos.

Por outro lado, o índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços recuou 0,8 ponto, para 50,5 pontos, enquanto o de nível de atividade permaneceu em 53,1 pontos.

Todos os indicadores continuam acima dos 50 pontos, revelando que os industriais têm perspectivas positivas para os próximos 6 meses.

Para esta edição da Sondagem Indústria da Construção, a CNI consultou 305 empresas, sendo 118 pequenas, 123 médias e 64 grandes, de 1º a 10 de julho de 2025.

Com informações da Agência de Notícias da Indústria.

Por: Poder360

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