O ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado federal José Dirceu de Oliveira e Silva receberá neste sábado (15.mar.2025) cerca de 1.000 pessoas para uma feijoada em comemoração ao seu aniversário de 79 anos e de 60 anos de militância política.
O evento será realizado no Galpão Cultural Elza Soares, que abriga o Armazém do Campo do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra). A estrutura está localizada no bairro Campos Elísios, em São Paulo.
Essa será a 2ª festa de aniversário do petista nesta semana. Na 3ª feira (11.mar), Dirceu comemorou antecipadamente em um jantar que reuniu ao menos 13 ministros de Estado, correligionários e congressistas do centro e da oposição em Brasília. A data de seu nascimento é 16 de março de 1946.
Chamado de “comandante” durante a festa na capital federal, Dirceu tem se reabilitado politicamente e planeja disputar as eleições de 2026 para voltar ao Congresso como deputado em 2027. A celebração deste sábado deverá ter um clima ainda maior de pré-campanha, já que reunirá militantes do PT na cidade pela qual ele deve sair candidato no ano que vem.
Diferentemente da festa em Brasília, em que havia comandas individuais e cada um pagou sua conta, em São Paulo a feijoada será servida à vontade. Serão cobradas só as bebidas.
A entrada é gratuita, mas os ingressos foram distribuídos publicamente pela plataforma de venda Sympla. O Prerrogativas, grupo de advogados que se define como de esquerda e “progressista”, também ajuda na organização do evento.
Na comemoração em Brasília, Dirceu passou a noite tirando fotos com os convidados. Mal conseguiu parar para jantar. Possíveis candidatos do PT em 2026 diziam já querer garantir a imagem ao lado do petista, um dos líderes históricos do partido. Saiba aqui quem esteve presente no evento.
O ex-ministro discursou por pouco mais de 10 minutos. Declarou que o PT só não governa o Brasil desde 2002, ano em que Lula havia sido eleito pela 1ª vez, por causa da operação Lava Jato e do “golpe de 2016”, forma como chama o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT).
Afirmou também que a soberania do país estaria “ameaçada“ com a proximidade dos Bolsonaros com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), e declarou que Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de SP, não é uma alternativa ao bolsonarismo: “Ele é o próprio bolsonarismo”.
Leia mais sobre a festa de Dirceu em Brasília:
Dirceu ficou 1 ano e 9 meses preso em Curitiba (PR) a mando da hoje encerrada operação Lava Jato. Foi solto em 3 de maio de 2017.
Em outubro de 2024, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes anulou todas as condenações da Lava Jato contra o ex-ministro. Com a decisão, ele retomou seus direitos políticos e deixou de ser considerado “ficha suja”.
Em 2023, depois da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dirceu já havia voltado a circular com mais desenvoltura por Brasília. Fala com muitos integrantes da administração petista e voltou a ter influência no partido. Também voltou a falar com Lula, de quem estava afastado havia anos.
Embora não possa lançar uma candidatura oficialmente por causa das regras eleitorais, Dirceu é tratado por aliados e correligionários como candidato a uma vaga de deputado federal em 2026 por São Paulo. O petista foi um dos principais articuladores políticos no 1º mandato de Lula, quando foi ministro da Casa Civil.
Na discussão interna sobre o comando da Secretaria de Relações Institucionais, integrantes do governo chegaram a sugerir a Lula que indicasse Dirceu para o posto, responsável pela articulação política do governo. Mas o presidente refutou a ideia e afirmou que o ex-ministro deveria se concentrar na sua candidatura no ano que vem.
A possível disputa por uma vaga na Câmara já era discutida desde o ano passado, tanto que foi um dos principais assuntos durante a festa de aniversário em 2024. Na época, o ex-deputado federal Silvio Costa (Republicanos-PE) disse a convidados que “se Zé Dirceu for candidato a deputado federal em 2026 em São Paulo terá de 500 mil a 800 mil votos”. Silvio Costa é 1° suplente da senadora Teresa Leitão (PT-PE) e pai do ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).
