"As Forças de Defesa de Israel (IDF) estão conduzindo uma investigação sobre o incidente, que ocorreu em uma zona de combate, para descobrir a verdade. A investigação preliminar indicou que as tropas abriram fogo devido a uma ameaça percebida após um confronto anterior na área, e que seis dos indivíduos mortos no incidente foram identificados como terroristas do Hamas", afirmaram as Forças Armadas de Israel.
O Crescente Vermelho palestino acusou os militares israelenses de "atirar para matar" em socorristas.
"Instamos o mundo a formar uma comissão independente e parcial de investigação das circunstâncias do assassinato deliberado de equipes de socorristas na Faixa de Gaza", afirmou Younis Al-Khatib presidente da organização nos territórios palestinos ocupados.
Israel mudou sua versão inicial sobre os assassinatos após um vídeo mostrar ambulâncias sinalizadas e com luzes de emergência ligadas sendo alvejadas por tiros.
Inicialmente, o Exército disse que os soldados israelenses haviam aberto fogo contra veículos sem luzes ou sinalização e matado nove membros do Hamas e do Jihad Islâmico que estariam viajando em veículos do Crescente Vermelho palestino.
A versão de Israel mudou no sábado (5), horas após o Crescente Vermelho palestino tornar públicos vídeos recuperados do celular de um dos homens mortos. As imagens mostram trabalhadores de emergência em seus uniformes e ambulâncias com as luzes acesas sendo alvos de tiros.
Um militar israelense disse a jornalistas no sábado à noite que os investigadores estão examinando o vídeo e que as conclusões devem ser apresentadas aos comandantes do Exército neste domingo (6). Ele disse ainda que o relatório inicial do campo não descrevia luzes, e que a ausência dessa informação está sob apuração.
Ainda segundo a nova versão de Tel Aviv, as tropas abriram fogo contra um veículo por volta das 4h, supostamente matando dois membros do Hamas e levando outro prisioneiro, que teria admitido sob interrogatório também ser do grupo terrorista.
Após um tempo, vários veículos passaram pela estrada, até que, por volta das 6h, as tropas receberam a informação de que um grupo suspeito de veículos estava se aproximando, segundo o militar. Nesse momento, continua, eles abrem fogo.
Os 15 foram mortos na madrugada do dia 23 de março e enterrados em uma cova rasa, onde seus corpos foram encontrados uma semana depois por funcionários da ONU e do Crescente Vermelho. Um homem do grupo ainda está desaparecido.
A ONU afirmou, já na semana passada, que as informações disponíveis indicavam que uma equipe de emergência havia sido morta pelas forças israelenses antes que o mesmo acontecesse com outros socorristas que iam ao local procurar por seus colegas desaparecidos.