• Sábado, 4 de outubro de 2025

Israel continua ofensiva em Gaza e alerta civis para não regressarem

Cidade sofreu pelo menos três ataques israelenses neste sábado

O Exército israelense declarou hoje que continua a ofensiva na cidade de Gaza e alertou os habitantes para não regressarem à região, apesar do apelo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que Israel cesse imediatamente os bombardeios.

“As tropas israelenses continuam a realizar operações na cidade de Gaza, e é extremamente perigoso regressar. Para a sua segurança, evitem voltar para o norte ou se aproximar das áreas onde as tropas estão ativas, incluindo o sul da Faixa de Gaza”, afirmou o porta-voz do Exército, Avichay Adraee, na  rede social X.

O alerta é feito após veículos de comunicação israelenses informarem hoje que o Exército mudou o caráter de suas operações na Faixa de Gaza para “defensivo”, seguindo instruções do governo israelense. A mudança ocorreu depois de vários ataques no território palestino durante a madrugada deste sábado, que deixaram pelo menos nove mortos, entre eles três crianças, e vários feridos. Os ataques ocorreram após o presidente norte-americano, Donald Trump, ter pedido a Israel que cesse os bombardeios, na sequência do anúncio do Hamas de estar disponível para libertar todos os reféns, de acordo com o plano de Trump, e de ter pedido “negociações imediatas por meio de mediadores” para discutir os detalhes do projeto. Um dirigente do Hamas declarou hoje que o movimento islâmico palestino está pronto para iniciar imediatamente negociações a fim de resolver “todas as questões” relacionadas com o plano de Donald Trump para o fim da guerra em Gaza.

“O Hamas informou aos mediadores que está disponível para começar imediatamente a implementação da troca” de reféns retidos em Gaza por prisioneiros palestinos, “assim que for concluído um acordo para preparar as condições no território”, afirmou à AFP um alto representante do grupo. 

Entretanto, também a Jihad Islâmica palestina anunciou que apoia a resposta do grupo islâmico Hamas ao plano norte-americano para Gaza, endossado com a condição de abrir antes um período de negociações sobre alguns aspectos. A resposta dada pelo Hamas ao plano de Trump “é uma expressão da posição das forças de resistência palestinas”, afirmou a milícia em comunicado divulgado nos seus canais. “O movimento da Jihad Islâmica na Palestina participou com responsabilidade das consultas que levaram à adoção dessa decisão”, acrescentou.

Ataques de Israel

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram pelo menos 29 mortes até as 14h (hora local) de hoje, após ataques de Israel, em meio às negociações para implementar o plano de paz. De acordo com balanço divulgado neste sábado (4), 22 mortes ocorreram na Cidade de Gaza. Segundo a imprensa local, o Exército disse ter interrompido a operação de invasão de Gaza, embora use fogo defensivo. Foram registradas mais duas mortes nos hospitais de Al Awda e Al Aqsa e mais cinco no Hospital Nasser. A Cidade de Gaza sofreu pelo menos três ataques israelenses na manhã de hoje (4). Os ataques ocorreram depois de o movimento Hamas ter anunciado que está disposto a libertar os reféns, uma das exigências do plano de paz de Donald Trump. Após essas declarações, o presidente norte-americano apelou a Israel para que interrompa os ataques à Faixa de Gaza. Além da criação de um governo de transição, supervisionado por Trump e pelo ex-primeiro-ministro Tony Blair, o plano apresentado na segunda-feira desta semana, por Washington, determina o fim imediato da guerra e a libertação dos reféns. O documento prevê ainda a desmilitarização da Faixa de Gaza. Em 7 de outubro de 2023, Israel declarou guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de o grupo islâmico ter  realizado em território israelense um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis. A resposta israelense causou, desde então, a morte de mais de 65 mil pessoas na Faixa de Gaza, na maioria civis, de acordo com números das autoridades do Hamas, considerados fidedignos pela ONU. * É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas
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Por: Redação

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