De acordo com as autoridades israelenses e turcas, os ativistas deportados neste sábado eram cidadãos dos Estados Unidos, da Itália, do Reino Unido, da Suíça, Jordânia, dos Emirados Árabes Unidos, da Argélia, do Marrocos, Kuwait, da Líbia, Malasia, Mauritania, Turquia e Tunísia. Não há informação sobre os quatro ativistas portugueses detidos quando a flotilha foi interceptada. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do governo português, contactado pela Lusa, disse que ainda não tem data nem hora previstas para o regresso de Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves. A candidata presidencial pelo Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou que a embaixadora de Portugal foi impedida de estar com os detidos portugueses neste sábado, devido ao Shabat, por se tratar do dia de descanso semanal para os judeus."Mais 137 provocadores da flotilha Hamas-Sumud foram hoje deportados para a Turquia", anunciou o Ministério israelense dos Negócios Estrangeiros em comunicado publicado na rede social X. "Israel procura acelerar a expulsão de todos os provocadores", diz ainda no texto, acrescentando que "alguns deles estão obstruindo deliberadamente o processo legal de expulsão".
Ao participar de protesto em Lisboa, pela libertação dos ativistas, a deputada lamentou a falta de previsão sobre o regresso e acusou o governo português de ser cúmplice de Israel. A equipe jurídica da Flotilha Global Sumud em Israel confirmou também que se reuniu com 80 participantes, de um total de mais de 400 detidos, antes das audiências judiciais e afirmou que foram realizadas 200 audiências entre quinta e sexta-feira "sem aviso prévio aos advogados" e, por isso, "sem a assistência da organização não governamental (ONG) Adalah, responsável pela defesa". De acordo com nota da ONG, "as audiências continuam" e os advogados estão na prisão na cidade de Ktziot, onde estão detidos "centenas de integrantes da flotilha". O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel afirmou ainda, nas redes sociais, que todos os ativistas detidos estão "seguros e com boa saúde", acrescentando que espera concluir as deportações "o mais rápido possível". A Flotilha Global Sumud foi interceptada pelos israelenses quando se aproximava da costa da Faixa de Gaza. Israel alega que a flotilha é apoiada pelo Hamas. Centenas de ativistas a bordo desses barcos foram detidos pelas forças israelenses na quarta-feira (1º) e aguardavam a deportação. A Turquia anunciou que 36 dos seus cidadãos regressariam às suas casas hoje, a bordo de um voo especial. Na sexta-feira (3), Israel já tinha expulsado quatro ativistas italianos. A flotilha partiu no mês passado, levando políticos e ativistas. A Marinha israelense começou a interceptar barcos na quarta-feira, e uma autoridade disse na quinta que barcos que transportavam mais de 400 pessoas foram impedidos de chegar ao território palestino. Relacionadas"Não autorizaram ninguém da embaixada a ir ou estar com eles porque é o Shabat. É uma desculpa que é inaceitável", disse aos jornalistas.

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