• Sábado, 1 de novembro de 2025

Imprensa internacional repercute o dia seguinte de megaoperação no Rio

Mortes em operação contra o Comando Vermelho no Rio chegam a 132. Imprensa internacional descreve como “massacre” e “guerra civil”

A segue repercutindo na imprensa internacional. Com o número de mortos atualizado para 119 nesta quarta-feira (29/10), veículos de diversos países destacaram o choque mundial com a ação das forças de segurança nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou também quatro policiais entre as vítimas. Desde terça-feira (28/10), a , que o governo do estado classificou como um “sucesso” contra o Comando Vermelho, enquanto organizações de direitos humanos e veículos internacionais apontam para o elevado número de mortos e a falta de transparência nas informações oficiais. “Situação semelhante a uma guerra civil”, diz jornal alemão O jornal Süddeutsche Zeitung (SZ), um dos principais da Alemanha, descreveu o Rio de Janeiro como vivendo uma “situação semelhante a uma guerra civil”. “Trata-se do confronto mais sangrento entre a polícia e grupos criminais da história da cidade”, escreveu o SZ. Já o portal argentino Clarín mantém cobertura ao vivo sobre o caso, e classificou a operação como um “massacre”. O jornal relatou que moradores encontraram dezenas de corpos em áreas de mata e praças da Penha e do Alemão, muitos ainda sem identificação. 4 imagens Corpos enfileirados na Praça São LucasCadáveres serão recolhidosMegaoperação no Rio de JaneiroFechar modal. 1 de 4 Tercio Teixeira/Especial Metrópoles 2 de 4 Corpos enfileirados na Praça São Lucas Tercio Teixeira/Especial Metrópoles 3 de 4 Cadáveres serão recolhidos Tercio Teixeira/Especial Metrópoles 4 de 4 Megaoperação no Rio de Janeiro Fabiano Rocha / Agência O Globo Nesta quarta, o Ministério da Segurança argentino colocou as fronteiras em “alerta máximo” para monitorar eventuais deslocamentos de criminosos, segundo a ministra Patricia Bullrich. “Vamos observar com atenção todos os brasileiros que cruzem a fronteira, sem confundir turistas com membros do Comando Vermelho”, disse ao Clarín. Na mesma reportagem, o jornal repercutiu as declarações do presidente , que, segundo o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, ficou “estarrecido” com o número de mortos. Contexto da operação A megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, iniciada nessa terça-feira (28/10), mobilizou cerca de 2,5 mil policiais civis e militares em uma ação contra o Comando Vermelho (CV). Segundo a Secretaria de Polícia Civil, foram 119 mortos — 115 classificados como “narcoterroristas” e quatro policiais. Outras 113 pessoas foram presas e mais de 100 fuzis foram apreendidos. Durante a madrugada, moradores levaram 72 corpos para a Praça São Lucas, na Penha, para reconhecimento. Muitos apresentavam marcas de tiros e perfurações. Imagens de drones mostraram os cadáveres enfileirados, cercados por familiares. O governador Cláudio Castro (PL) classificou a operação como “um sucesso” e negou a existência de vítimas civis. Já o governo federal pediu esclarecimentos e disse acompanhar o caso com “profunda preocupação”. El País: “A mais letal da história do Brasil” O espanhol El País destacou que o número de mortos subiu após moradores localizarem corpos não incluídos no balanço oficial. “Os vizinhos encontraram cerca de 60 corpos adicionais em uma floresta próxima”, escreveu o jornal, informando que a operação “se tornou a mais sangrenta da história do Brasil”. , com ruas desertas e moradores aterrorizados após o dia de confrontos. A agência TASS, da Rússia, informou que “as vítimas incluíam não apenas membros de grupos criminosos e policiais mortos em serviço, mas também civis”. Le Monde e El Tiempo falam em horror internacional O francês Le Monde noticiou o número de 2,5 mil policiais envolvidos e ressaltou a reação da ONU, que se disse “horrorizada” e pediu investigação rápida sobre as mortes. O jornal mencionou relatos de corpos com tiros na nuca e facadas, citando advogados e organizações locais de direitos humanos. Já o colombiano El Tiempo afirmou que as operações “se tornaram rotina nas favelas cariocas, onde agentes e traficantes se enfrentam e a população fica presa no fogo cruzado”.
Por: Metrópoles

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