O Ministério da Saúde palestino anunciou neste sábado (18) ter recebido 15 cadáveres que estavam detidos em Israel, como parte do acordo de cessar-fogo em Gaza, ressaltando que os corpos mostram sinais de "abusos e espancamentos".
"O Ministério da Saúde [de Gaza] anuncia o recebimento de 15 corpos de mártires libertados hoje pela ocupação israelense e pela Cruz Vermelha, elevando o número total de corpos recebidos para 135", informou em comunicado o governo palestino, controlado pelo grupo islâmico Hamas.
Como nos casos anteriores, o ministério alertou que alguns corpos apresentam sinais de "abuso, espancamento e estavam algemados e com os olhos vendados".
O Hospital Nasser, em Khan Younis (sul de Gaza), para onde os corpos estão sendo levados, só conseguiu identificar sete pessoas devido ao seu grave estado de deterioração.
Um dos médicos do hospital enviou à agência de notícias espanhola Efe fotos de um dos corpos recebidos, que, segundo aquele meio de comunicação, mostravam um rosto deformado com a cabeça ainda enfaixada com a bandagem que supostamente cobria seus olhos.
As mãos ainda estavam algemadas atrás das costas e inúmeras marcas e ferimentos eram visíveis nos braços.
A deterioração dos corpos é tanta que o Hospital Nasser precisou organizar reuniões com as famílias dos desaparecidos, onde são mostradas imagens dos corpos, para que possam contribuir para sua identificação.
A devolução de prisioneiros e reféns vivos e mortos de um lado e de outro faz parte do acordo de cessar-fogo assinado, há duas semanas, entre Israel e o Hamas.
O acordo, negociado por proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, determinava que para cada refém devolvido, Israel entregaria os restos mortais de 15 moradores de Gaza.
O Hamas entregou os corpos de 10 reféns, restando 18.
O acordo também incluiu a suspensão da ofensiva militar israelense em Gaza, lançada em retaliação aos ataques do Hamas em solo israelense em 7 de outubro de 2023.
Em dois anos de guerra, foram contabilizados mais de 68 mil mortos e 170 mil feridos, embora se tema que o número seja maior, já que corpos continuam sendo encontrados em áreas de onde as tropas israelenses se retiraram nos últimos dias.
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