Gigante do agro, Frísia vai investir R$ 1 bilhão em novas indústrias até 2030

Frísia, uma cooperativa centenária aposta na expansão de sementes, nova esmagadora de soja e crescimento no Tocantins; planos foram revelados em entrevista ao AgFeed A Frísia Cooperativa Agroindustrial, uma das mais tradicionais do agronegócio brasileiro, anunciou um ciclo de investimentos de R$ 1 bilhão até 2030, com foco na expansão da produção de sementes, instalação de uma esmagadora de soja e crescimento no Tocantins, conforme revelou o superintendente Mario Dykstra em entrevista exclusiva ao AgFeed. O plano marca uma nova fase de crescimento da cooperativa, que em 2025 completa 100 anos de atuação e busca consolidar sua presença em diversos elos do agronegócio brasileiro, mantendo a tradição e a capacidade de se reinventar frente aos desafios do setor.

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Expansão e modernização: o novo ciclo de investimentos De acordo com Dykstra, os R$ 1 bilhão em investimentos serão pulverizados entre os diferentes ramos de atuação da Frísia, contemplando novas unidades industriais, ampliação da capacidade de beneficiamento e modernização tecnológica. Um dos principais projetos é a duplicação da produção de sementes da marca Batavo, passando das atuais 1 milhão de sacas para 2 milhões por ano em parceria com a Castrolanda, por meio de um modelo de intercooperação. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'}); “Inicialmente, a gente pretende ocupar uma capacidade ociosa nas unidades da Castrolanda. Tão logo esteja preenchida, já imaginamos fazer investimentos em ampliações nas unidades atuais”, explicou o superintendente. A intercooperação faz parte da cultura da Frísia e se reflete em outros negócios, como a Unium, que reúne Frísia, Castrolanda e Capal em empreendimentos nas áreas de lácteos, trigo e suínos, com destaque para as marcas Colônia Holandesa, Naturalle, Herança Holandesa e Precisa. Nova aposta: esmagadora de soja e produção de biodiesel Entre os planos para o próximo ciclo, a Frísia estuda construir uma unidade própria de esmagamento de soja, que permitirá à cooperativa entrar no mercado de óleo degomado para biodiesel e farelo para exportação. “Nossa ideia é produzir o óleo bruto, degomado, para venda às empresas que produzem biodiesel”, afirmou Dykstra. O projeto, ainda em fase de estudo de viabilidade técnica, deve ser instalado no Paraná, ampliando o portfólio industrial da cooperativa e fortalecendo a verticalização da produção. Presença nacional: crescimento estratégico no Tocantins A expansão também inclui o estado do Tocantins, onde a Frísia possui duas unidades operacionais — em Paraíso do Tocantins e Dois Irmãos do Tocantins — com armazéns e secadores de grãos. Atualmente, são 150 produtores atendidos, sendo 80 fidelizados, somando 40 mil hectares. O objetivo é alcançar 72 mil hectares em cinco anos, o que exigirá novos investimentos em armazenagem e logística. A cooperativa também aposta na diversificação de culturas, incentivando o plantio de gergelim, feijão e sorgo, com foco no mercado exportador. A meta é aprender a logística e comercialização internacional para futuramente realizar exportações diretas para Índia e outros países demandantes. Foco em inovação e sustentabilidade A Frísia tem histórico de fomentar cultivos florestais no Paraná, com destaque para o eucalipto, visando o uso sustentável de áreas com baixa aptidão agrícola. Hoje, conta com serraria própria para produção de cavacos utilizados em unidades de secagem de grãos e beneficiamento de lácteos, mostrando o compromisso com a economia circular e eficiência energética. Em 2024, a cooperativa faturou R$ 5,79 bilhões, com destaque para:

362,2 milhões de litros de leite

826,8 mil toneladas de grãos

93 mil toneladas de madeira

27,9 mil toneladas de carne suína

A projeção para 2025 é superar R$ 6 bilhões e manter os resultados aos cooperados entre 4% e 5% do faturamento. Frísia: Um século de história e reinvenção Fundada em 1925 como Sociedade Cooperativa Hollandeza de Lacticínios, a Frísia foi pioneira no cooperativismo agroindustrial do Brasil. Passou a se chamar Batavo e, em 2015, adotou o nome atual. Hoje, com 1,1 mil cooperados, se posiciona como referência nacional em inovação e intercooperação. Segundo Dykstra, o maior desafio para os próximos 100 anos é continuar fazendo sentido para o cooperado: “Não vai existir cooperativa se não existir o cooperado junto. Então, precisamos olhar para ele sempre e nos calibrar para garantir que o que entregamos ontem faça sentido hoje e amanhã.” Com o plano bilionário até 2030, a Frísia reafirma sua posição como gigante do agro brasileiro, aliando tradição centenária, inovação e intercooperação. Os novos investimentos consolidam a estratégia de verticalização, diversificação de portfólio e expansão geográfica, tornando a cooperativa ainda mais competitiva no cenário nacional e internacional. 📰 Informações reveladas em entrevista exclusiva ao portal AgFeed.