• Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Galípolo: novo crédito imobiliário é mudança “estrutural” na economia

Presidente do BC comentou novo modelo de crédito imobiliário anunciado na manhã desta sexta-feira (10/10), em evento da Caixa, em São Paulo

O presidente do Banco Central (BC), , classificou como uma “transformação estrutural” na economia brasileira o novo modelo de crédito imobiliário anunciado na manhã desta sexta-feira (10/10), em evento da , em . A cerimônia contou com a presença do presidente (PT) e dos ministros (Fazenda) e Jader Filho (Cidades), além do presidente da Caixa, Carlos Vieira. No evento, o governo anunciou a modernização do modelo de captação de recursos pelos bancos para a realização de financiamentos habitacionais no âmbito do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Segundo o Planalto, a medida viabilizará mais recursos para financiamento habitacional e beneficiará, principalmente, as operações realizadas dentro das regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) para a classe média, o que deve expandir o investimento no setor de construção civil e o emprego. “Hoje é um dia muito importante, de uma transformação estrutural na economia brasileira. Crédito imobiliário é um dos principais indicadores para a saúde e a força de uma economia. E na vida das pessoas também”, afirmou Galípolo, que fez um rápido discurso no início da cerimônia. Leia também “Hoje, o sistema de financiamento depende da origem de recursos de poupadores, que de alguma maneira são sub-remunerados. Ao aplicar naquele ativo, ele recebe uma remuneração inferior a outros produtos do mercado. Hoje temos uma proposta para darmos o primeiro passo dessa transição, resolvendo vários problemas estruturais”, prosseguiu o presidente do BC. Segundo Galípolo, o objetivo da medida é “conseguir maximizar esses recursos de poupança, combinados aos recursos de mercado, de modo que essa elevação da taxa não ocorra”. “Temos hoje um descasamento entre essas fontes de recursos que têm liquidez diária”, observou. Para o chefe da autoridade monetária, o novo modelo “também ajuda na potência da política monetária”. “É normal que quem está na presidência de uma associação reclame por taxas de juros mais baixas. A função do BC é brigar para a inflação estar na meta”, destacou Galípolo. “Quando seguimos nessa opção mais estrutural, podemos produzir esse resultado que conjuga os interesses na mesma direção. Com mais crédito para as pessoas e com uma inflação mais baixa”, concluiu o presidente do BC. Entenda o que muda As novas regras anunciadas pelo governo criam um modelo que permite a ampliação da oferta de crédito habitacional no país, com uma transição gradual rumo ao novo formato. Além disso, elevam o valor máximo do imóvel financiado no SFH de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Até agora, 65% dos depósitos da poupança tinham, obrigatoriamente, de ser aplicados pelos bancos em crédito imobiliário, 20% eram depositados compulsoriamente no BC e 15% tinham livre aplicação. Com as mudanças, a poupança será maximizada como fonte de financiamento – ou seja, na medida em que mais valores são depositados em poupança, mais crédito será disponibilizado para financiamento imobiliário. Fase de transição Após um período de transição, o direcionamento obrigatório de 65% dos depósitos da poupança acabará, e os depósitos compulsórios no BC referentes a esse tipo de aplicação, também. De acordo com o Planalto, o total dos recursos depositados na caderneta de poupança passará a ser referência para o volume de dinheiro que os bancos devem destinar ao crédito habitacional, incluindo as modalidades do SFH e do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). O novo modelo deverá ter plena vigência a partir de janeiro de 2027. Até lá, fica valendo o direcionamento obrigatório de 65% dos recursos captados na poupança para operações de crédito habitacional. Dos 35% restantes, pelas regras atuais, 20% são recolhidos ao BC e 15% vão para operações livres. Durante a transição, o volume dos compulsórios será reduzido para 15%, e os 5% serão aplicados no novo regime.
Por: Metrópoles

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