O filho do ex-prefeito cassado de Santa Quitéria (CE) foi eleito no domingo (26.out.2025) para comandar a cidade do interior do Ceará. Joel Barroso (PSB) venceu a eleição suplementar com 53,21% dos votos válidos, segundo o TRE-CE (Tribunal Regional Eleitoral do Ceará). Seu pai, José Braga Barroso, conhecido como Braguinha, teve o seu mandato cassado em setembro por abuso de poder político e econômico, além da acusação de ter ligação com a facção Comando Vermelho. O pleito foi convocado pela Justiça Eleitoral do Estado.
Mais de 30 mil eleitores participaram da votação. Foram apuradas 150 urnas eletrônicas, distribuídas em 124 seções eleitorais e 52 locais de votação no município.
Joel contou com apoio do senador Cid Gomes (PDT-CE) e do deputado federal José Guimarães (PT-CE). Ele derrotou Lígia Protásio (PT), que obteve 25,14% dos votos, e Cândida Figueiredo (União Brasil), com 21,65%.
Braguinha foi preso no dia 1º de janeiro de 2025, horas antes de ser empossado para o 2º mandato, por decisão do TRE-CE. Segundo as investigações, sua chapa teria recebido apoio de integrantes do Comando Vermelho durante as eleições de 2024, com pichações ameaçadoras, mensagens de intimidação e uso de drogas como moeda de troca por votos.
Por causa do histórico de envolvimento com o crime organizado, o governo federal reforçou a segurança da eleição com apoio do Exército e da Polícia Militar do Ceará. A disputa foi marcada por denúncias de coerção e ameaças a eleitores e adversários.
As duas candidatas adversárias pediram a impugnação da candidatura de Joel Barroso na Justiça Eleitoral com o argumento de inelegibilidade reflexa, que impediria parentes de políticos cassados de concorrer.
O pedido foi rejeitado pelo TRE-CE, que entendeu que a cassação do pai não se estendia ao filho.
Próximos passos
Com a vitória, Joel Barroso deve tomar posse em 1º de janeiro de 2026, ao lado do vice-prefeito Francisco Paiva (PP), conhecido como Das Chapas. Ele promete “resgatar a confiança” dos moradores e “garantir estabilidade política” após meses de intervenção na prefeitura.
A eleição suplementar encerra um episódio político conturbado do Ceará em 2025, marcado por denúncias de infiltração do crime organizado nas campanhas municipais e por debates sobre a necessidade de reforço nas medidas de segurança eleitoral no interior do Estado.





