• Quarta-feira, 16 de julho de 2025

Fávaro diz que Brasil vai redirecionar exportações agropecuárias

Ação surge como alternativa à taxação de 50% imposta por Trump aos produtos brasileiros, diz Fávaro.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), disse, na 5ª feira (10.jul.2025) que o governo federal irá intensificar ações para direcionar as exportações de produtos agropecuários, em especial suco de laranja, carne bovina e café, para países além dos Estados Unidos como alternativa à taxação de 50% imposta por Donald Trump (Partido Republicano) aos produtos brasileiros.

“Diante da ação indecente do governo norte-americano em taxar em 50% as exportações brasileiras, já estamos agindo […] vamos intensificar a ampliação de mercados, reduzir barreiras comerciais e dar oportunidade de diversificação para a agropecuária brasileira. Vamos buscar mercado no Oriente Médio, no sul asiático e do sul global, que tem grande potencial consumidor e pode ser uma alternativa às exportações brasileiras”, afirmou Fávaro.

Fávaro disse que as ações diplomáticas do governo serão baseadas na reciprocidade, não na cautela. “As ações diplomáticas do Brasil estão sendo tomadas no sentido da reciprocidade. Não de cautela. No Ministério da Agricultura vamos amenizar os impactos e superar este momento”.

Para o setor do suco de laranja, as tarifas trarão aumento de 533% sobre o preço por tonelada que já é cobrado sobre o produto brasileiro, segundo a CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos).

A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) afirma, em nota, que a imposição de tarifas “ameaça a segurança alimentar global” e prejudica tanto o Brasil quanto os EUA.

“Questões geopolíticas não podem se transformar em barreiras ao abastecimento global e à garantia da segurança alimentar, especialmente em um cenário que exige cooperação e estabilidade entre os países”, afirma Fávaro.

Para a cafeicultura, a tarifa pode resultar num aumento de até 400% nos impostos cobrados sobre o produto embarcado, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Isso porque o Brasil é um dos principais consumidores de café no mundo. O consumo médio chega a 24 milhões de sacas ao ano. O Brasil fornece 30% desse total, segundo a associação.

A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) afirmou que se preocupa com a tarifa, que representa um “alerta ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre os dois países”.

“A nova alíquota produz reflexos diretos e atinge o agronegócio nacional, com impactos no câmbio, no consequente aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras […] diante desse cenário, a FPA defende uma resposta firme e estratégica”, declarou a FPA em nota.

Por: Poder360

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