Já a análise dos autores mostra que quase 60% possuíam algum registro criminal anterior, principalmente ameaça, com 35 registros, e violência doméstica, com 32. Em depoimento aos policiais, 24 autores confessaram terem cometido o crime por não aceitar o término do relacionamento, e outros 24 alegarem ciúmes como razão para o assassinato. A maior parte dos assassinos, 61, foi presa em flagrante ou após a investigação, mas dez deles foram dados como foragidos."Longe de configurarem episódios isolados, os feminicídios aparecem, na maioria das vezes, como o ápice de um processo cumulativo de agressões. Apenas 22 vítimas foram surpreendidas pela letalidade sem relatos de indícios prévios de escalonamento, o que indica que, num volume considerável de ocorrências, havia sinais anteriores que poderiam ter acionado medidas protetivas de urgência, monitoramento judicial ou redes de acolhimento", enfatizam os autores.
Outros crimes
O Dossiê Mulher também traz as estatísticas sobre outros tipos de violência de gênero. Somando todas as modalidades, em 2024, mais de 154 mil mulheres foram vítimas – 421 por dia ou 18 por hora. O crime mais registrado foi a violência psicológica, com 153 vítimas por dia, totalizando mais de 56 mil denúncias ao longo do ano. Outro destaque é a violência sexual, com 8.339 registros de crimes diversos cometidos contra mulheres e meninas, mais de 22 por dia. A maior parte dos casos foi de estupro, cerca de 5 mil, sendo 3.430 estupros de vulnerável, quando o ato é cometido contra meninas com menos de 14 anos ou jovens e mulheres sem condições de consentir com o ato, por alguma deficiência, enfermidade ou estado, como embriaguez. Mais da metade dessas vítimas tinham menos de 11 anos e pelo menos 653 foram violentadas pelo pai ou padrasto e 565 por algum outro familiar. Relacionadas
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