O ex-inspetor de Armas da Organização das Nações Unidas (ONU) e ex-oficial de Inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, o analista Scott Ritter, comentou que Trump está ignorando os próprios serviços de inteligência, enquanto escuta os serviços israelenses. “Como Presidente dos EUA, ele está permitindo que a inteligência israelense execute uma manobra na Diretora de Inteligência Nacional e informe o presidente diretamente. Como americano, me ofende que uma potência estrangeira assumiu a liderança de informar o presidente dos EUA sobre questões relativas à guerra”, disse o especialista em uma rede social.“Isso provavelmente fortaleceu os defensores das armas nucleares dentro do aparato decisório do Irã. O estoque de urânio enriquecido do Irã está em seus níveis mais altos e é sem precedentes para um estado sem armas nucleares”, acrescentou Tulsi Gabbard.
Entenda
Os governos de Teerã e Washington estavam na sexta rodada de negociações, realizadas em Omã, no Oriente Médio, sobre o programa nuclear da república islâmica quando Israel atacou o Irã alegando que o país estava próximo de construir uma bomba nuclear. Irã sempre negou desenvolver armas atômicas e sustenta que seu programa é para fins pacíficos. Conheça aqui a história nuclear do Irã e como ela explica guerra de Israel. No debate em Omã, estava em discussão o país elevar o enriquecimento de urânio à 20% para uso em tratamentos de câncer. Com o ataque, o país persa suspendeu as negociações e acusa os EUA de serem cúmplices de Israel. Um dia antes do ataque, a Agência de Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou dura resolução afirmando que o Irã não estava cumprindo com suas obrigações e que não tinha condições de garantir que o programa nuclear do Irã é exclusivamente pacífico. O Irã reagiu dizendo que a decisão estava “politicamente motivada” e acusou as potências ocidentais de articularem a resolução. Analistas consultados pela Agência Brasil sugerem que a AIEA pode estar sendo instrumentalizada devido a mudança recente de posição em relação ao Irã. O professor de relações internacionais Robson Valdez, do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), disse que existe um histórico de instrumentalização da AIEA para legitimar o ataque à países e ressaltou que é preciso levar em consideração o contexto atual da guerra na Faixa de Gaza.Relacionadas“Percebe-se que há um desejo deliberado de Netanyahu [primeiro-ministro de Israel], desde o início desse confronto, de trazer os Estados Unidos para centro da guerra no Oriente Médio”, afirmou.

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