• Sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Em disparada, ouro caminha para fechar 2025 com maior alta em 46 anos

No acumulado de 2025 até aqui, os contratos futuros do ouro negociados em Nova York avançam quase 71%, segundo dados da Bolsa dos EUA

O , metal precioso e ativo financeiro de alta liquidez, considerado uma das principais reservas de valor e “porto seguro” do mercado global, caminha para encerrar 2025 com a maior valorização registrada em quase 50 anos, desde 1979. No acumulado de 2025 até aqui, os contratos futuros do ouro negociados em avançam quase 71%, segundo dados da divisão de metais da Bolsa de Valores norte-americana. Incerteza global fortalece o ouro Na última vez que o ouro teve um desempenho tão forte, há 46 anos, os (então governados por Jimmy Carter, do Partido Democrata) enfrentavam um período de inflação elevada e crise energética. Aquele ano também foi marcado por uma intensa agitação no Oriente Médio, com a Revolução Iraniana, a invasão soviética no Afeganistão e um tratado de paz histórico entre Egito e Israel. Quase meio século depois, o comércio internacional vive um momento de tensão e forte incerteza, em meio às tarifas impostas pelo governo do presidente dos EUA, , a praticamente todos os demais países – incluindo a China, segunda maior economia do mundo, o que deflagrou temores acerca de uma guerra comercial. O mundo passa por uma fase turbulenta na geopolítica, com a guerra entre Rússia e Ucrânia (que se desenrola há quase quatro anos), a escalada na tensão entre EUA e Venezuela e recentes confrontos entre Israel e Irã. Historicamente, em períodos de incerteza e instabilidade, ativos mais seguros – como o ouro – ganham força. Leia também Corte de juros nos EUA também influencia Segundo analistas do mercado, a trajetória ascendente da cotação do ouro continua se devendo, em grande parte, à busca dos investidores por ativos mais seguros em meio às incertezas fiscais nos EUA e diante de um mercado de ações superaquecido. A alta do metal foi alavancada pelo chamado “comércio da desvalorização”, com investidores procurando segurança em ativos como bitcoin e criptomoedas em geral, ouro e prata, em um movimento de claro afastamento das principais moedas. Além disso, investidores se animaram com o início do ciclo de corte de juros pelo (Fed, o Banco Central norte-americano). No início de dezembro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) da autoridade monetária dos EUA . Agora, eles se situam no patamar entre 3,5% e 3,75% ao ano. Ativo sem rendimentos, o ouro tende a se sair bem quando o juro está mais baixo. Bancos Centrais compram mais ouro também foi influenciada pelas compras do metal feitas por bancos centrais, principalmente o BC da . A autoridade monetária chinesa vem aumentando suas reservas de ouro com o objetivo de diminuir a dependência de ativos norte-americanos, como títulos do Tesouro dos EUA e o próprio dólar. Esse movimento se tornou ainda mais evidente após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022. Com o congelamento de ativos russos determinado por países do Ocidente, governos como o da própria Rússia e da China intensificaram os esforços para reduzir a exposição às decisões de Washington. De acordo com o Conselho Mundial do Ouro, bancos centrais de todo o planeta acumularam mais de mil toneladas de ouro em cada um dos últimos três anos. Na década anterior, esse montante não passava de 400 a 500 toneladas por ano. Trajetória ascendente No início deste ano, os contratos futuros do ouro eram negociados em torno de US$ 2,6 mil por onça-troy na Bolsa de Nova York. Na quarta-feira (24/12), o metal bateu a marca de US$ 4,5 mil por onça-troy, renovando seu recorde histórico. Analistas de bancos como o JPMorgan estimam que a cotação do ouro deve ultrapassar os US$ 5 mil por onça-troy em 2026. A valorização neste ano, de quase 71%, superou o desempenho do índice S&P 500, que avançou 18%. Além do ouro, . Neste ano, os contratos futuros da prata dispararam 146%, enquanto a alta da platina foi de quase 150%, e a do paládio, de 100%.
Por: Metrópoles

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