• Domingo, 28 de dezembro de 2025

Eletronuclear tem caixa para apenas 3 meses, alerta presidente

Eletronuclear planeja renegociar empréstimos com BNDES e Caixa para estender liquidez no curto prazo.

A Eletronuclear tem recursos em caixa suficientes para honrar compromissos por cerca de 3 meses, afirmou o diretor-presidente interino, Alexandre Caporal, neste sábado (27.dez.2025).

Em entrevista ao g1, Caporal disse que a empresa busca renegociar empréstimos com bancos públicos, como BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Caixa Econômica Federal, em uma tentativa de ampliar o prazo de liquidez e evitar a suspensão de compromissos financeiros.

O alerta de curto prazo de caixa ocorre em meio a um cenário de restrição de financiamento para a estatal, que vem postergando pagamentos e buscando rearranjos de dívida para equilibrar a situação.

Medidas paliativas adotadas pela controladora ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), como postergação de prazos e rolagem de instrumentos de dívida –visam a evitar um deficit no ano e ganhar fôlego enquanto soluções estruturais são definidas.

O risco de liquidez reduzida pode afetar a execução de projetos essenciais do setor elétrico, incluindo a extensão da vida útil das usinas nucleares existentes e a continuidade do projeto da usina Angra 3, cuja definição de financiamento ainda está pendente.

Sem maior acesso a crédito de longo prazo, a estatal pode enfrentar desafios para cumprir obrigações financeiras e contratuais. Em novembro de 2025, estudo do BNDES apontou que terminar Angra 3 é mais vantajoso do que abandonar o projeto. 

A Eletronuclear é uma sociedade de economia mista brasileira responsável por projetar, construir e operar usinas nucleares para geração de energia elétrica no Brasil, atuando sob autorização legal para gerir atividades nucleares em nome da União.

A empresa foi criada em 1997 a partir da fusão da área nuclear de Furnas com a Nuclebrás Engenharia e tem sede no Rio de Janeiro. Atualmente opera o Complexo Nuclear de Angra dos Reis (RJ), que inclui as usinas Angra 1 e Angra 2, com capacidade instalada conjunta de cerca de 2 GW (gigawatts) de eletricidade, equivalente a aproximadamente 3% do consumo de energia do Brasil.

Está também envolvida no projeto Angra 3, cuja história tem 4 décadas, com a conclusão adiada sucessivamente.

A geração nuclear é considerada um componente estável e de baixa emissão no sistema elétrico brasileiro, especialmente útil para garantir segurança energética em períodos de alta demanda ou baixa disponibilidade de fontes renováveis intermitentes.

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Por: Poder360

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