Dólar sobe e Bolsa cai com Trump espalhando incerteza pelos mercados
Moeda americana subiu 0,36%, a R$ 5,39. Ibovespa recuou 0,30%, aos 144.070 pontos. Trump disse, e depois desdisse, que encontrará Xi Jinping
Nesta terça-feira (21/10), o registrou alta de 0,36% sobre o real, cotado a R$ 5,39. Já o , o principal índice da Bolsa brasileira (), fechou em queda de 0,30%, aos 144.070 pontos.
Os mercados de câmbio e ações azedaram no Brasil, com o vaivém das declarações do presidente dos Estados Unidos, , sobre a guerra comercial contra a China.
Trump elevou o nível de incerteza vigente entre agentes econômicos ao tratar de forma ciclotímica a disputa comercial com o país asiático. Nesta terça-feira, ele levantou dúvidas sobre a realização de uma reunião bilateral com o presidente chinês, Xi Jinping.
Em evento na Casa Branca, Trump afirmou que veria o líder chinês em duas semanas, na Coreia do Sul. Pouco depois, voltou atrás: “Talvez uma reunião com Xi não aconteça”.
Nesse mesmo padrão, nesta semana, o republicano falou em elevar as taxas sobre importados chineses em 155%, a partir de 1º de novembro. Na semana passada, em contrapartida, disse que sobretaxas de 100% não pareciam sustentáveis.
Nesta terça, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, embarcou para uma viagem à Indonésia e à Malásia, onde vai participar da reunião da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Há a expectativa de que Lula e Trump tenham um encontro reservado durante a cúpula.
Questão fiscal
No cenário interno, os investidores seguem atentos a outro fator de tensão, que é a questão fiscal, dada pela relação entre despesas e receitas do governo. Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a Casa Civil encaminhará dois projetos ao Congresso para compensar a medida provisória alternativa à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), derrubada pela Câmara.
Apesar das pendências locais, o dólar também se valorizou globalmente nesta terça-feira. Às 16h44, o índice DXY, que mede a força da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas fortes (euro, iene, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço), subia 0,31%, a 98.94 pontos.
Agenda esvaziada
Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, esta foi uma terça-feira de agenda econômica esvaziada. “Os mercados operaram sem direção única durante boa parte da sessão”, diz. “A moeda americana, no entanto, manteve-se firme frente às divisas de economias desenvolvidas, medida pelo índice DXY, enquanto o real e outras moedas emergentes registraram quedas mais contidas, em parte refletindo o leve avanço das commodities na sessão.”
“A semana, porém, reserva indicadores relevantes nos Estados Unidos, com destaque para a divulgação do Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) na sexta-feira (24/10), que deve orientar as expectativas em torno da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), em um contexto em que os números de inflação vêm sendo acompanhados de perto pelos investidores”, afirma. “Mas existe amplo consenso de que o BC americano promoverá mais dois cortes de juros até o fim do ano.”
Por: Metrópoles