• Quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Dólar sobe e Bolsa cai com pacote antitarifaço e juros nos EUA

Moeda americana avançou 0,27% em relação ao real, cotada a R$ 5,39. Ibovespa fechou em queda de 0,89%, aos 136.687 pontos

Nesta quarta-feira (13/8), os mercado de câmbio e ações no Brasil reverteram o resultado positivo registrado na véspera. Com isso, o avançou 0,27% em relação ao real, cotado a R$ 5,39. Já o , o principal índice da Bolsa brasileira (), fechou em queda de 0,89%, aos 136.687 pontos. No fim da manhã, os investidores acompanharam a das medidas de proteção às empresas exportadoras afetadas negativamente pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos contra o Brasil. O plano inclui uma linha de crédito de R$ 30 bilhões. Leia também Na avaliação de João Vitor  Saccardo, responsável pela mesa de renda variável da Convexa, as medidas divulgadas, embora tenham sido um fato importante no cenário econômico interno, não mexeram de forma relevante com o mercado. “O anúncio do plano não pareceu afetar os ativos”, diz. “Mesmo porque não trouxe surpresas.” Para Saccardo, o movimento de queda no Ibovespa, por exemplo, esteve mais associado a uma “realização de lucros e à reação a balanços divulgados por empresas”. Houve, observa o analista, ajustes em relação a ações de empresas como Sabesp e BTG Pactual, que subiram na véspera depois da divulgação de balanços. Efeito fiscal Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, nota, porém, que o pacote de apoio a exportadores “ainda está cercado de dúvidas” sobre seu efeito fiscal. “A percepção de fragilidade nas contas públicas mantém o clima de cautela, deixando o dólar sensível às decisões na política econômica brasileira”, afirma. Ele destaca que a “sensibilidade do dólar” também se aplica à questão dos juros nos Estados Unidos. Aliás, parte expressiva da movimentação dos mercados de câmbio e ações tanto no Brasil como no mundo nas últimas semanas tem sido ditada por especulações sobre um eventual corte da taxa americana. Tal redução pode ocorrer em setembro, na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), órgão do Federal Reserve (, o banco central americano). Quase consenso A previsão de um corte no próximo mês tornou-se quase consensual depois da divulgação de dados sobre o comportamento da inflação americana em julho. Os números foram veiculados na terça-feira (12/10). Eles mostraram que o CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) de julho subiu 0,2%. A inflação anual do índice cheio ficou em 2,7%. Eles ficaram dentro das estimativas dos agentes econômicos. Com a inflação “comportada”, a ferramenta de monitoramento de mercado do CME Group indicava, nesta quarta-feira, que as chances de um corte de 0,25 ponto percentual dos juros dos EUA em setembro são de 99,8%. Ou seja, a aposta é quase unânime. Votos pelo corte Também contribuíram para esse prognóstico recentes movimentos e declarações de integrantes do Fed. Esse grupo vem defendendo publicamente a redução da taxa que, hoje, está fixada no intervalo entre 4,25% e 4,50%. No fim de julho, na última reunião do Fomc, dois integrantes do órgão já votaram contra a manutenção desse patamar. Foram eles o diretor Christopher Waller e a vice-presidente de supervisão, Michelle Bowman. Pressão de Trump A queda dos juros é uma das principais bandeiras do front econômico do presidente dos EUA, , que tem feito críticas constantes e severas contra o atual presidente do Fed, Jerome Powell. E o coro pró-Trump dentro do banco central americano encorpou na semana passada. Isso porque Trump indicou Stephen Miran para uma posição na diretoria do Fed. A nomeação foi anunciada na quinta-feira (7/8), depois da renúncia da diretora Adriana Kugler. Ela deixou o cargo no dia seguinte. Por fim, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também deu nova volta no parafuso dos juros nesta quarta-feira. Ele afirmou que o Fed deveria considerar um corte de juros maior, de 0,5 ponto percentual. Bessent justificou tal patamar de redução como consequência de revisões recentes de dados do mercado de trabalho, que apontaram uma desaceleração no crescimento do emprego em maio, junho e julho.
Por: Metrópoles

Artigos Relacionados: