• Terça-feira, 18 de novembro de 2025

Dólar abre em alta com emprego nos EUA e falas de dirigentes do Fed

Na véspera, o dólar terminou a sessão em alta de 0,66%, cotado a R$ 5,331. Ibovespa fechou o pregão em queda de 0,47%, aos 156,9 mil pontos

O operava em alta na manhã desta terça-feira (18/11), com as atenções do mercado voltadas à divulgação de dados de emprego nos , além de falas de dirigentes do (Fed, o Banco Central norte-americano). Em uma semana de agenda econômica mais esvaziada no Brasil, os investidores seguem em busca de “pistas” a respeito da trajetória da taxa de juros nos EUA. Hoje, a maioria das apostas prevê a manutenção dos juros da economia norte-americana no patamar atual, no intervalo entre 3,75% e 4%. Dólar Às 9h10, a moeda norte-americana avançava 0,1% e era negociada a R$ 5,337. Na véspera, . Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 0,9% no mês e de 13,73% no ano. Ibovespa As negociações do , principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (), começam às 10 horas. No dia anterior, o indicador fechou o pregão em baixa de 0,47%, aos 156,9 mil pontos. Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 4,98% em novembro e de 30,52% em 2025. Emprego e juros nos EUA Com uma agenda de indicadores esvaziada no Brasil nesta semana, as atenções do mercado se concentram nos EUA. Nesta terça-feira, será divulgado o relatório do , em parceria com o , sobre as vagas de emprego no setor privado. Os dados sobre o mercado de trabalho são um dos componentes mais importantes observados pelo BC dos EUA para definir a taxa de juros. Analistas temem que a aceleração do mercado de trabalho nos EUA leve a um novo aperto da política monetária pelo Fed. Por outro lado, dados fracos de emprego alimentariam as projeções mais pessimistas de que a economia dos EUA pudesse entrar em recessão nos próximos meses. Em sua última reunião, no fim de outubro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed . Leia também A votação não foi unânime. Stephen Miran, novo integrante do Fed, indicado por Donald Trump, votou por um corte maior, de 0,5 ponto percentual, enquanto Jeffrey R. Schmid votou pela manutenção da taxa de juros. A próxima reunião do Fed para definir a taxa de juros, a última do ano, está marcada para os dias 9 e 10 de dezembro. De acordo com a ferramenta , do CME Group, a probabilidade de manutenção dos juros por parte do Fed no próximo mês está em 55,6%. Hoje, 44,4% dos investidores apostam em uma nova redução de 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 3,5% e 3,75% ao ano. A manutenção dos juros nos EUA no atual intervalo entre 3,75% e 4%, em tese, diminui o apetite dos investidores por ativos de maior risco, como é o caso das ações negociadas em bolsas. Isso porque os juros altos sustentam o interesse do mercado pelos títulos da dívida americana, os “treasuries”. Vários fatores justificam a mudança de humor do mercado sobre as taxas norte-americanas. Na última semana, diversos integrantes do Fed se mostraram pouco receptivos a um eventual corte de juros. Nesta terça-feira, o mercado repercute declarações de dirigentes do Fed, que podem indicar o caminho dos juros da economia dos EUA. O primeiro a falar é o vice-presidente de supervisão do Fed, Michael Barr. Em seguida, Thomas Barkin, integrante do Fomc, também fará discurso. Análise De acordo com o Relatório One Review, da One Investimentos, na última semana “houve uma inversão na precificação e na percepção do mercado sobre um possível corte de juros na reunião de dezembro”. “Declarações de membros do Federal Reserve aumentaram o pessimismo quanto à continuidade do afrouxamento da política monetária”, diz o documento. Segundo o relatório, “o Fed volta a adotar uma postura reativa, como o presidente Jerome Powell costuma destacar em suas coletivas”. “O comitê retorna a uma dinâmica totalmente dependente dos dados”, afirma a One Investimentos. Para Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o dólar vem se fortalecendo “respaldado pela valorização global da divisa norte-americana, em um cenário de dúvidas sobre os indicadores dos EUA atrasados pelo shutdown de 43 dias, mantendo os investidores mais cautelosos”. “Contribuem para esse quadro as falas recentes de membros do Fed, apontando a paralisação do avanço em direção à meta inflacionária de 2% e a permanência da postura monetária contracionista pelo Fed, o que alimenta as expectativas de taxas de juros elevadas por mais tempo e favorece a apreciação do dólar”, observa Shahini.
Por: Metrópoles

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