José Dirceu afirmou nesta 2ª feira (15.set.2025) que, com as condenações de Jair Bolsonaro (PL) e de militares de alta patente por tentativa de golpe de Estado, a prioridade de quem defende a democracia, agora, é “mudar o Congresso Nacional em 2026”.
O ex-ministro deu a declaração ao participar do evento de celebração do resultado do julgamento histórico que impôs uma pena de 27 anos de prisão ao ex-presidente. “Vencemos na Constituinte [1987-1988] e derrotamos agora os golpistas no Supremo Tribunal Federal”, afirmou ao discursar no teatro Tuca, na zona oeste de São Paulo.
Ex-ministro do 1º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dirceu deixou o governo depois da eclosão do mensalão em 2005. No mesmo ano, teve o mandato de deputado federal cassado. O petista, que já comandou o partido, não tem mais restrições legais para se candidatar. Ele deve se lançar à Câmara pelo PT de São Paulo em 2026.
No mesmo evento, Edinho Silva, atual presidente do PT, afirmou que Donald Trump (Partido Republicano) “é o maior líder fascista do século 21”. Segundo o dirigente partidário, quem defende a democracia não pode “temer” a comparação do atual momento com aquele que antecedeu a 2ª Guerra Mundial, nos anos 1930.
“O Estado democrático de direito obteve uma vitória [a condenação de Bolsonaro]. Isso é inquestionável. Mas não significa que nós tenhamos vencido nosso principal inimigo”, disse Edinho Silva, para quem o “principal inimigo” é o fascismo.
“Não podemos ter receio na caracterização. O fascismo está em ascensão no mundo. E o fascismo está em ascensão no Brasil”, afirmou o presidente do PT. “E Trump é o maior líder fascista do século 21″, completou, referindo-se ao presidente dos Estados Unidos.
O “12º Ato Direitos Já! Fórum pela Democracia”, conta com a presença de líderes políticos, artistas, religiosos e jornalistas no teatro Tuca, na zona oeste de São Paulo. O evento tem como mote a “Defesa da Democracia e da Soberania Nacional”. Faz referência às ameaças, tarifas e sanções de Trump contra o Brasil por julgar e condenar Bolsonaro, aliado do norte-americano.
Com presença do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o evento é realizado pela 2ª vez no teatro da PUC. Na 1ª edição, em 2019, o ato deu início ao movimento de “frente ampla” que uniu diversos partidos e campos políticos contra o recém-empossado governo de Jair Bolsonaro. Estiveram presentes Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin, Simone Tebet, Marina Silva, Guilherme Boulos, com mais de 16 partidos e outras 300 organizações sociais.
Esta reportagem foi produzida pelo estagiário de Jornalismo Diogo Campiteli sob supervisão do secretário de Redação assistente Conrado Corsalette.