O deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ) defendeu uma revisão das penas definidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para os condenados do 8 de Janeiro. O psolista afirmou que algumas penas foram exageradas, como a de Débora Rodrigues dos Santos, cabeleireira de 39 anos, presa por usar um batom para pichar a estátua “A Justiça” durante os atos extremistas.
“É claro que essa moça não foi presa só por um batom. Mas o que eu defendo é mais critério para não exagerar nas penas de quem não teve papel central nessa trama golpista. É uma questão de bom senso, para não deixar o senso comum ser manipulado por aqueles que tentam pintar como injusta qualquer punição aos crimes de tentativa de golpe”, disse o deputado em entrevista ao portal Metrópoles no domingo (6.abr.2025).
Débora escreveu a frase “perdeu, mané” –a mesma que o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, disse a um manifestante que o questionou em novembro de 2022, em Nova York, nos Estados Unidos.
A cabeleireira cumpre prisão domiciliar, depois de 2 anos detida. Está sendo julgada pelo Supremo. Em seu voto, o relator, ministro Alexandre de Moraes, pediu 14 anos de prisão para ela, pelos crimes de associação criminosa armada; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado; e deterioração de patrimônio tombado.
Em ato no domingo (6.abr), o batom virou símbolo dos bolsonaristas que se concentraram na avenida Paulista, em São Paulo.
Os manifestantes usaram o julgamento de Débora –interrompido temporariamente por um pedido de vista do ministro Luiz Fux– para denunciar o que chamam de exagero nas penas impostas a quem participou da invasão da sede dos Três Poderes nos primeiros dias de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro chegou a fazer um vídeo pedindo para que os manifestantes levassem batons à avenida Paulista. No ato, de cima do carro de som, Michelle tirou um batom do bolso e mostrou aos presentes.