O dólar comercial começou o ano aos R$ 6,180 e caiu para R$ 5,489 nesta 3ª feira (30.dez.2025). A moeda norte-americana recuou 1,47% no último dia de pregão do ano e acumulou queda de 11,18% em 2025.
O dólar atingiu R$ 6,181 na máxima do ano, em 3 de janeiro de 2025. O menor patamar registrado foi em 11 de novembro, quando atingiu R$ 5,273. O dólar subiu 2,89% em dezembro e 3,12% no 4º trimestre.

A moeda norte-americana registrou uma trajetória de enfraquecimento global, marcando um dos seus piores desempenhos anuais. O índice DXY (Dollar Index) –que mede a força do dólar contra uma cesta de moedas fortes como Euro e Iene– registrou queda superior a 9,44% no acumulado do ano.
O dólar teve a maior queda anual desde 2016, quando o recuo superou 17%.
O Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) retomou o ciclo de corte dos juros. O intervalo caiu para 3,50% a 3,75% ao ano. As taxas mais baixas diminuem o rendimento dos títulos públicos norte-americanos e aumentam o apetite a risco dos investidores.
Além disso, a política comercial dos Estados Unidos fez com que os agentes financeiros e os bancos centrais dos países diminuíssem a exposição de suas carteiras ao dólar. O aumento do endividamento e a paralisia governamental (shutdown) dos Estados Unidos também movimentaram os ativos.
Ao longo do ano, investidores reagiram a mudanças nas expectativas de juros, inflação, política fiscal e ao ambiente externo, num cenário de incertezas recorrentes. O tarifaço implementado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), aumentou a volatilidade.
O BC (Banco Central) elevou a taxa básica, a Selic, para 15% ao ano, em junho, patamar que permanece até hoje. A autoridade monetária defende um aperto monetário prolongado para levar a inflação ao centro da meta, de 3%.
Os investidores também acompanham os dados de atividade econômica. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou nesta 3ª feira (30.dez) que a taxa de desemprego cedeu para 5,2% no trimestre encerrado em novembro, o menor patamar da série histórica, iniciada em 2012.
O Banco Central disse que o mercado de trabalho tem demonstrado sinais “incipientes” de desaquecimento. Defende que os “vetores inflacionários” se mantêm adversos e impactam, em particular, a inflação de serviços.
As projeções dos agentes financeiros indicam que o dólar fechará 2026 aos R$ 5,50. As incertezas fiscais estão no radar dos economistas. O Banco Central divulgou nesta 3ª feira (30.dez.2025) que o deficit nominal acumulado em 12 meses do setor público consolidado –formado por união, Estados, municípios e estatais– somou R$ 1,027 trilhão em novembro. A dívida bruta do Brasil subiu para 79% do PIB (Produto Interno Bruto) no mês passado e superou R$ 10 trilhões.

Os agentes financeiros avaliam que haverá um crescimento dos gastos públicos em 2025 por causa das eleições. A expansão fiscal pode impactar no consumo das famílias e, consequentemente, pressionar a inflação dos serviços. O movimento pode retardar o ciclo de corte de juros e aumentar o custo da dívida pública.
No cenário eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera em 1º turno contra todos os outros candidatos da direita testados, incluindo Flávio Bolsonaro (PL-RJ), segundo levantamento da Paraná Pesquisas.
O estudo também testou possíveis cenários de 2º turno. O petista aparece empatado com a maioria dos nomes de direita testados. Fica à frente só da senadora Tereza Cristina (PP).





